Biografia do fundador da Portas Abertas conta com grandes aventuras e dedicação total à Igreja Perseguida
Fonte: Portas Abertas
Em 1955, o jovem missionário holandês Anne Van der Bijl foi com uma delegação de seu país ao Congresso Mundial da Juventude em Varsóvia, na Polônia. Lá, ele descobriu um remanescente do corpo de Cristo por trás da Cortina de Ferro que precisava de Bíblias desesperadamente. Ali o Irmão André (como seria conhecido mais tarde em todo o mundo) distribuiu uma mala cheia de literatura cristã e assim marcou o humilde começo do ministério que mais tarde chamou de Portas Abertas. Hoje, a Portas Abertas trabalha em mais de 60 países para fortalecer a Igreja Perseguida, apoiando cristãos locais em lugares hostis, para que continuem espalhando o evangelho ao seu redor.
Anne Van der Bijl nasceu em 11 de maio de 1928 em um pequeno vilarejo na Holanda. Por conta da Segunda Guerra Mundial, ele não pôde prosseguir seus estudos. Ainda jovem, se voluntariou como soldado participando de campanhas de policiamento militar na Indonésia. Após ser ferido por uma bala, em 1949, começou a ler a Bíblia. De volta à Holanda, dedicou sua vida à obra missionária. Em 1953, começou seus estudos em um centro de treinamento da Cruzada de Evangelização Mundial em Glasgow, na Escócia.
Mais detalhes sobre essa história estão na autobiografia do Irmão André, O Contrabandista de Deus. O best-seller internacional detalha travessias perigosas de fronteiras, perseguição da KGB (polícia secreta russa) e sua corajosa jornada para viver radicalmente por Jesus Cristo. O livro vendeu mais de 10 milhões de cópias em mais de 40 idiomas.
Atuação e reconhecimento
Em 1997, o fundador da Portas Abertas recebeu o Prêmio Liberdade Religiosa da Associação Evangélica Mundial, um reconhecimento por sua vida de serviço à Igreja Perseguida e paixão por espalhar o evangelho
Entre os diversos prêmios e condecorações recebidos, em 1993, o Irmão André foi nomeado cavaleiro pela rainha Beatrix da Holanda e, em 1997, recebeu o Prêmio de Liberdade Religiosa da Aliança Evangélica Mundial, reconhecendo sua vida de serviço à Igreja Perseguida e paixão por anunciar o evangelho. Contudo, Irmão André dizia que o que o deixava mais orgulhoso foi ser chamado de “irmão de sangue” dos índios apache nos anos 1980.
Outra honra da qual se orgulhava é que, depois da queda da Cortina de Ferro, ele obteve cópias de relatórios da KGB sobre seu trabalho na antiga União Soviética e Leste Europeu. Ele ficou surpreso com o quanto eles sabiam, mas não foram capazes de impedir seu trabalho.
Por meio da Portas Abertas, o trabalho do Irmão André chegou a lugares onde a maioria dos cristãos não estaria disposta a ir. Sua rede clandestina de cristãos locais tem ajudado na distribuição secreta de milhões de Bíblias a cada ano. A Portas Abertas prepara ainda milhares de cristãos perseguidos através de treinamento, ajuda emergencial, distribuição de Bíblias e literatura cristã, e ações institucionais nos países mais perigosos do mundo.
Irmão André visitou 125 países e registrou mais de um milhão de milhas em suas viagens para pregar e fazer amizade com os necessitados. Durante suas viagens, ele disse que nunca teve uma Bíblia confiscada e foi preso somente três vezes.
Mundo muçulmano
O Irmão André visitou o campo de refugiados em Peshawar, no Paquistão, onde cerca de três milhões de refugiados afegãos viveram durante a guerra com a Rússia e após o primeiro domínio do Talibã
Nas últimas décadas, Irmão André concentrou sua atenção no mundo muçulmano, tendo viajado principalmente para o Oriente Médio e Sul da Ásia. Ele sentiu que a rápida expansão do islã poderia ser, de longe, o maior desafio que a igreja já enfrentou. Ao mesmo tempo, seu amor pelos muçulmanos o levou a usar a palavra ISLAM como acrônimo em inglês para I Sincerely Love All Muslims (eu sinceramente amo todos os muçulmanos).
Um pastor de Gaza disse: “Ele era um homem corajoso. Quando Gaza se tornou um lugar muito perigoso e as pessoas fugiam dos militantes perigosos, vimos o Irmão André vindo para Gaza para ver os cristãos, para nos encorajar”. Irmão André estava entre os poucos líderes ocidentais que regularmente iam aos líderes muçulmanos fundamentalistas como embaixadores de Cristo.
O Irmão André foi casado por 59 anos com Corry, que faleceu em 22 de janeiro de 2018. Ele nos deixou em 27 de setembro de 2022, após uma vida de fidelidade ao Senhor e serviço à causa da Igreja Perseguida. Eles viveram toda sua vida na Holanda e deixaram cinco filhos e onze netos.