A cristã foi presa por engravidar de um abuso sexual no Sudeste Asiático

Fonte: Portas Abertas

Hoje, Dhea (pseudônimo) é uma de nossas parceiras locais, mas há pouco tempo ela era uma das cristãs perseguidas socorridas pela Portas Abertas. O testemunho comovente dela foi tema da revista de abril de 2022. Antes de conhecer a Jesus, ela foi abusada sexualmente por um muçulmano muito respeitado em sua comunidade e, ao invés de ser socorrida como vítima, ela foi presa como impura e condenada por ter engravidado do abuso. 


As terríveis condições na prisão fizeram com que Dhea perdesse o bebê que estava gerando, mas foi no cárcere que uma nova vida começou. Ela conheceu a Bíblia e a salvação em Cristo e, com o apoio de parceiros da Portas Abertas, encontrou também acolhimento e forças para superar os traumas causados por tanta violência. Hoje, no Dia Internacional do Voluntário, veja as novidades sobre o ministério que Dhea tem conduzido no Sudeste Asiático

Ministério no exílio 

Dhea foi exilada do país onde vivia e até hoje não pode voltar para casa. Apesar disso, ela não desanima em cumprir a missão para a qual Deus a chamou. Parte do ministério de Dhea é acolher pessoas, especialmente mulheres, em situações de risco. A nação onde ela está é um local para onde muitas pessoas viajam em busca de tratamento médico.  


Muitas mulheres grávidas vão ao país onde a cristã está para o parto, porque outras nações não têm os recursos adequados para ampará-las, especialmente nos casos de complicações na gravidez. Dhea, que perdeu seu bebê na prisão, hoje ajuda outras mulheres em situações difíceis e testemuha o nascimento milagroso de muitas crianças. Um nascimento em especial a marcou recentemente.  


Uma mulher muçulmana, com quatro meses de gravidez, e o marido foram para o país onde Dhea está. Mas, ao invés de buscar apoio médico, o casal estava ali para interromper a gravidez. A mulher contou para Dhea que ela e o marido tinham outro filho e que se ela tivesse esse outro bebê não poderia voltar a trabalhar e assim ela perderia uma promoção no emprego que ela esperava há muito tempo. Por isso o casal optou por tirar o bebê.  


Dhea ficou chocada. Ela já havia ajudado tantas pessoas emocional e fisicamente enquanto completavam os tratamentos médicos, mas essa era uma situação inusitada e que ia contra os seus princípios. Ela não queria fazer parte daquilo. Dhea disse que não poderia ajudar a mulher, que começou a chorar e implorar o apoio da cristã. “Vou levá-los ao hospital, mas não posso ajudá-los com nada além disso”, disse Dhea, determinada.  


Quando chegaram ao hospital, a mulher segurou a mão de Dhea e insistiu que ela a acompanhasse. Com muita relutância e compaixão, Dhea acompanhou o casal e os três ficaram em silêncio na sala de espera enquanto aguardavam o atendimento. A cristã não sabia o que dizer. O coração dela estava partido com o pensamento de que uma criança estava prestes a ser arrancada do útero daquela mulher, mas, ao mesmo tempo, não queria se intrometer nas escolhas da família que mal conhecia.  

Surpreendida 

O marido saiu para procurar algo para comer no hospital e Dhea ficou sozinha com a gestante. Naquele momento, ela sentiu a necessidade urgente de dizer algo e sabia que era Deus que queria que ela fizesse aquilo. Ela aprendeu a reconhecer quando Deus falava através dela após tantas situações em que foi usada dessa forma. “O seu bebê tem unhas”, disse Dhea. “Não entendi”, disse  mulher. “Seu bebê tem cabelo, tem dedos, pode ouvir, seu bebê tem um coração”, Dhea continuou com o coração acelerado a cada palavra, sentindo que não era direito dela dizer palavra alguma. A mulher começou a chorar descontroladamente e disse a Dhea que nunca quis tirar o bebê, mas estava decidindo de maneira prática. A ideia de ter o bebê causou muitos conflitos no casamento e no trabalho dela.  


Dhea não disse mais nada. O nome da mulher foi chamado e Dhea a acompanhou, mesmo querendo não ter relação nenhuma com aquela situação. A mulher se sentou na cadeira de exame e Dhea estava atrás dela. O médico perguntou por que estavam ali e depois de um longo silêncio, a mulher disse ao médico: “Vim para uma consulta de rotina”. Dhea ficou boquiaberta.  


[Essa história continua]