O capitão Ibrahim Traoré promete deter os ataques de extremistas islâmicos

Fonte: Portas Abertas

No domingo, 2 de outubro, Paul-Henri Damiba renunciou ao cargo de presidente em Burkina Faso. Ele alegou querer o fim da violência causada pelos ataques na última sexta-feira, 30 de setembro. Desde então, o capitão Ibrahim Traoré, de 34 anos, autodeclarou-se o novo líder militar do país e encerrou os ataques. O capitão Traoré prometeu cumprir várias exigências do governo anterior, entre elas, manter a promessa do retorno de Burkina Faso à Comunidade Econômica dos Estados da África Ocidental (Ecowas, da sigla em inglês) e à União Africana até 2024.  

 Ibrahim Traoré é o chefe de estado mais jovem na África e enfrenta o desafio de devolver a estabilidade e segurança para o país que já passou por um golpe no começo deste ano. Ele disse aos funcionários do governo: “Sei que sou jovem, mais novo do que a maioria de vocês. Não queríamos que as coisas chegassem a esse ponto, mas não vimos outra alternativa”. Os militares alegaram que o novo golpe foi motivado pela crescente insegurança causada pelos extremistas islâmicos no país e a ineficácia das medidas de Damiba em resolver o problema.  

A onda de violência recente matou centenas de pessoas e gerou aproximadamente dois milhões de deslocados internos. Muitos temem que Traoré siga o exemplo do país vizinho, Mali, que recorreu ao grupo Wagner, uma organização paramilitar russa para resolver o conflito com os extremistas. 

Perseguição a cristãos em Burkina Faso

Burkina Faso ocupa a 32ª posição na Lista Mundial da Perseguição 2022. Os cristãos representam 25% da população e são os principais alvos dos extremistas islâmicos com sequestros e outros tipos de violência, sobretudo no Leste do país. O país está localizado em uma região onde grupos islâmicos têm uma enorme e crescente influência.

A violência jihadista tem aumentado rapidamente nos últimos anos, e extremistas exploraram a fraqueza do governo durante a crise da COVID-19 para assumir o controle da infraestrutura do país. Isso tem levado ao fechamento de centenas de igrejas, enquanto muitos cristãos estão entre os que fugiram de casa por causa de ataques extremistas. Há mais de um milhão de deslocados internos em Burkina Faso, dos quais muitos são cristãos. 

Os cristãos ex-muçulmanos enfrentam a maior perseguição. Membros da família e da comunidade muitas vezes os rejeitam e tentam forçá-los a renunciar à fé cristã. Muitos têm medo de expressar a fé em público por causa de tais ameaças. 

A Portas Abertas trabalha por meio de parceiros locais (roganizações, igrejas, líderes religiosos e de projetos sociais) para fortalecer cristãos em Burkina Faso provendo treinamento para sobreviventes da perseguição, ajuda emergencial e cuidados espiritual e pós-trauma. Para saber mais, acesse a campanha de  ajuda emergencial e cuidados pós-trauma para cristãos deslocados em Burkina Faso