No Marrocos, apenas os casamentos muçulmanos e judeus são reconhecidos por lei

O reino do Marrocos, governado pelo rei Mohammed VI, é 99% muçulmano. Neste reino em que o rei é considerado o “príncipe dos fiéis”, somente casamentos muçulmanos e judeus são considerados legais. Um casal de cristãos ex-muçulmanos se casou recentemente. Ignorando as ameaças da sua conservadora cidade natal, eles exigiram reconhecimento legal da união, segundo informou a agência de notícias Reuters.

“Nós estamos correndo o risco de ser acusados de fornicação e ser punidos com pena de morte”, disse o noivo Adam Rabati, após o casamento com Farah Tarneem, no dia 4 de junho. A cerimônia de casamento foi realizada em uma casa usada como igreja em uma cidade nos arredores da capital Rabat. A recém-casada Farah, que se converteu há dois anos, explicou que eles ainda não tinham conseguido obter um casamento legal porque ao fazê-lo teriam que negar a fé. “Sofremos discriminação das autoridades, que não nos reconhecem como marroquinos cristãos”, disse ela.

O reino do Marrocos é visto como um modelo de tolerância e oferece até mesmo treinamento para pregadores muçulmanos da África e da Europa para combater o extremismo. No entanto, os cristãos ainda enfrentam uma série de pressões e são marginalizados pela sociedade. Pela lei, somente cristãos estrangeiros são permitidos se reunir em igrejas e o proselitismo (ação ou empenho de tentar converter alguém a uma causa, doutrina, ideologia ou religião) pode ser punido com até três anos de prisão. Chouaib El Fatihi, coordenador do comitê cristão da Associação Marroquina de Direitos de Liberdade Religiosa, disse: “Queremos ser reconhecidos como cidadãos marroquinos cristãos e desfrutar do direito a casamentos reconhecidos por lei e cerimônias de funeral de acordo com nossa religião”.

Fonte: https://www.portasabertas.org.br

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