Ismael disse que perdoou aqueles que o torturaram na prisão e que seu sofrimento serviu para glorificar o nome de Jesus.

Um cristão perseguido do Sudão está compartilhando seu testemunho – sob medidas de segurança – para falar sobre o que Deus o ensinou em um dos momentos mais difíceis de sua vida e encorajar outros cristãos a praticar o amor e o perdão, até mesmo com aqueles que os perseguem.

“Quem poderá nos separar do amor de Cristo? Tribulação, angústia, perseguição, fome, nudez, perigo ou espada?”, questionou Ismael (nome fictício), citando a passagem bíblica de Romanos 8:35.

A passagem por ele citada parece ilustrar bem o contexto que ele mesmo e tantos outros cristãos têm vivido no Sudão.

“Cristãos estão sendo presos, torturados. Eu perdi minha mãe, meu irmão, minhas irmãs. Nós perdemos muitos amigos”, contou. “Meu nome [real] não é importante. Eu sofri por Cristo e meu sofrimento me levou a aprender muitas coisas”.

Ismael foi preso e torturado fisicamente diversas vezes, por causa de sua fé em Jesus e por não aceitar negar o nome de Cristo.

Seu nome real e sua imagem estão sendo mantidos sob sigilo, para garantir sua segurança, devido ao contexto extremamente intolerante no qual ele vive. Apesar da violência e das ameaças de morte que ele ainda sofre, Ismael não desistiu de compartilhar a mensagem do Evangelho.

“Neste país, é muito difícil ser um cristão. Quando eu estava na prisão, não havia amigos, não havia lei, não havia ninguém. Eu tive que fazer perguntas difíceis. ‘Deus onde está você?’, ‘Por que isto está acontecendo?”, contou.

Ismael contou que inicialmente sentiu muita raiva de toda aquela situação violenta que estava sofrendo e isto piorou ainda mais as coisas.

“Eu enfrentei muita tortura, sofrimento. A cada momento que eles me torturavam, o ódio crescia em meu coração. E porque eu estava sentindo esse ódio isso também encheu os corações dos oficiais com ainda mais raiva e eles passaram a me torturar com mais intensidade”, relatou.

Então Ismael percebeu que o ódio não estava ajudando em nada e abriu seu coração para Deus, clamando por ajuda para liberar perdão àqueles que o agrediam na prisão.

“Os dias e noites se tornaram mais longos. Mas à medida que os dias passavam e sofria mais agressões, eles me deixavam sangrando, deitado no chão. Então eu disse: ‘Deus, se eu realmente tiver que sofrer por você, só não quero morrer com ódio, porque morrer sentindo ódio não tem qualquer valor. Eu quero ser livre’. Eu decidi pedir a Deus que me cobrisse com o milagre do amor. Eu não queria viver em duas prisões: física e espiritual”, disse.

E segundo Ismael a resposta de Deus à sua oração foi reconfortante e libertadora.

“Ele simplesmente me respondeu, dizendo: ‘Eu estou com você. Eu também estou sofrendo com você na prisão’. Com isso, Deus abriu Seu coração para mim”, contou.

O então prisioneiro e vítima de torturas agora tinha mais forças para perdoar seus agressores e ainda compartilhar a mensagem do Evangelho na prisão. Isto só intensificou as torturas e agressões, mas agora Ismael via toda aquela situação com outros olhos.

“Eu decidi seguir os caminhos de Jesus, simplesmente amando os que me perseguiam, mesmo que eles não merecessem. Então eu comecei a conversar com todo mundo naquela prisão, falando sobre Jesus”, destacou. “Eles me bateram e me torturaram mais. Mas quando o mal me atacava, tinha que enfrentar o amor de Deus era vencido pelo amor de Deus”.

O cristão contou que aprendeu muito sobre o real significado da perseguição religiosa e seu papel na caminha cristã.

“Quando somos perseguidos, temos que amar os que nos perseguem, porque a razão maior disso tudo não somos nós mesmos, é Jesus”, explicou.

“Talvez muitos de nós possamos dizer: ‘Não aguentamos mais! Não temos mais forças para amar essas pessoas que nos perseguem’. Mas eu diria: ‘Exatamente como Deus fez por mim, você pode pedir a Ele que te dê forças, que te dê o milagre de amar essas pessoas”, finalizou.

FONTE: GUIAME, COM INFORMAÇÕES DA ASSOCIAÇÃO EVANGELÍSTICA BILLY GRAHAM

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