Apresentadores cristãos são criticados por frequentar igreja que se opõe ao casamento gay

Um casal de apresentadores cristãos dos EUA está sendo alvo de uma polêmica nas redes sociais, após o site internacional ‘BuzzFeed’ informar que eles frequetam uma igreja que tem um posicionamento bíblico sobre o casamento gay.

Chip e Joanna Gaines apresentam o program “Fixer Upper”, na emissora HGTV e não chegaram a expressar sua opinião pessoal sobre a homossexualidade.

Na artigo intitulada “Igreja de Chip e Joanna Gaines é firmemente contra o casamento entre pessoas do mesmo sexo”, o texto não chegou a citar a opinião do casal cristão sobre o assunto, mas soou como um tipo de “alerta” sobre o posicionamento que os dois poderiam ter sobre o casamento gay.

O artigo foi assinado por Kate Aurthur, que observou que o pastor da igreja ‘Antioch Community’ – frequentada pelos Gaines – afirmou em uma de suas mensagens que a homossexualidade é um pecado.

Em resposta à extensa reação ao artigo, o editor-chefe do Buzzfeed, Ben Smith, publicou uma breve declaração no Twitter, defendendo a publicação do texto.

“Esta é uma história sobre uma grande empresa, a HGTV, que se recusa a dizer se eles expulsam as pessoas LGBT de um programa de TV. Eles devem apenas responder à pergunta”, twittou Smith na quarta-feira.
Apoio a Chip e Joanna
O artigo de Aurthur recebeu muitas críticas – não somente da parte de cristãos – por parecer ter atacado pessoalmente o casal em razão do que o pastor de sua igreja disse sobre a homossexualidade.

Muitos no Twitter argumentaram que o Buzzfeed estava sendo hipócrita, notando a falta de histórias semelhantes sobre figuras como Keith Ellison, muçulmana e integrante do Congresso, cujo imã [líder espiritual islâmico] já classificou a homossexualidade como uma “prática de ímpios”; também não citou os laços de Barack Obama com o Pastor Jeremiah Wright.

Até mesmo o escritor da Liberty University e integrante do movimento LGBT, Brandon Ambrosino escreveu em uma coluna para o Washington Post, chamando o texto do Buzzfeed de “perigoso” e sem qualquer perfil jornalístico.

“O BuzzFeed não pode argumentar que a questão do casamento entre pessoas do mesmo sexo está eticamente resolvida, porque ainda não é assim para uma população considerável do nosso país e do nosso mundo”, escreveu Ambrosino.

“Não é mais legal – de fato, nunca foi – escrever artigos, humilhando as pessoas que professam qualquer tipo de religião, chamando-as de homofóbicas por simplesmente serem umas entre os milhões de americanos em 2016 que frequentam uma congregação religiosa que não apoia o casamento entre pessoas do mesmo sexo”, acrescentou.

_{Os irmãos Benham são advogados cristãos, que têm se empenhado em apoiar pessoas que foram de alguma forma perseguidas em razão de sua profissão de fé, como no caso de Kim Davis. (Foto: Hollywood Reporter)}
Intolerância
David Benham, um dos dois irmãos gêmeos, conhecidos como ‘Benham Brothers’, que perderam seu programa de TV na HGTV em 2014 por causa de objeções de ativistas LGBT sobre seus pontos de vista “socialmente conservadores”, disse ao ‘Christian Post’, em entrevista na última quarta-feira (29), que a peça Buzzfeed está “promovendo outro tipo de caça às bruxas, procurando devorar qualquer um que discorde de seus pensamentos sobre a sexualidade humana ou sobre o casamento”.

“O primeiro telefonema que Jason e eu recebemos, depois que fomos demitidos pela HGTV foi dado por Chip Gaines, que nos disse que ele estava cansado de ver o que estava acontecendo com seu país e como as pessoas estão acomodadas, sem fazer nada”, disse Benham.

“Os Gaines são como milhões de outros americanos… Eles não são ‘anti-nada’, eles são pró-Jesus e eles são pró-Bíblia porque eles sabem que Deus tem o melhor para o florescimento humano”, acrescentou.

O tweet de Smith recebeu até a última sexta-feira de manhã, mais de 90 compartilhamentos e mais de 160 curtidas. Ele também recebeu vários comentários negativos, incluindo muitos que apontaram que o título e a introdução do texto não se concentram na HGTV e se a emissora vai “expulsar indivíduos LGBT de um programa”.