Ele citou como motivos para sua conclusão o aumento dos ataques dos palestinos contra israelenses, a expansão dos assentamentos de Israel e o aumento das demolições de residências palestinas na Cisjordânia. Para Ban Ki-moon, isso tudo fez com que a confiança “evaporasse” nas negociações por uma solução de dois Estados, deixando-a “mais distante do que já esteve por muitas décadas”.
Em seu balanço, o secretário-geral lembrou que a onda de violência nos últimos seis meses resultou em mais de 200 palestinos e cerca de 20 israelenses mortos e Israel continuou, em ritmo acelerado,construindo assentamentos judeus em locais que seriam “estruturas palestinas”. Em 2016 mais de 700 palestinos foram deslocados, número superior a todo o 2015.
A insistência da ONU em abordar o tema é ecoada pela UNESCO (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura) que emitiu recentemente uma resolução onde refere-se a Israel como a “força de ocupação” do território palestino. Também se nega a reconhecer o Monte do Templo como um antigo local de culto judaico – onde estava o templo de Salomão.
Pelo contrário, afirma que o complexo da Mesquita Al-Aqsa é “um lugar islâmico”. O texto do documento usa o nome árabe ‘Al-Buraq’ para se referir ao Muro das Lamentações.
Declara ainda as cidades de Hebron e Belém como “locais palestinos”. Com isso tenta apagar os locais mencionados na Bíblia como o “berço” do judaísmo (Gn 13) e do cristianismo (Mt 2). Não por coincidência, o material da UNESCO foi assinado por Jordânia, Argélia, Egito, Líbano, Marrocos, Omã, Qatar e Sudão, mostrando que o órgão está sendo controlado por nações muçulmanas.
O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu condenou fortemente a resolução. “Esta é outra decisão absurda das Nações Unidas. A UNESCO ignora a conexão histórica do judaísmo com o Monte do Templo (Al-Aqsa)”, declarou à imprensa.
França quer independência da Palestina
O assunto parece ser prioridade de organismos internacionais. Representantes de mais de 20 países e organizações como a ONU e a União Europeia se reunirão dia 30 de maio para debater uma “retomada urgente” do processo de paz entre a Palestina e Israel.
De acordo com a AFP, o encontro será em Paris, anunciou o chanceler francês, Jean-Marc Ayrault. “As partes estão mais afastadas que nunca”, ressaltou. “Não há outra solução ao conflito que o estabelecimento de dois Estados, israelense e palestino, que vivam lado a lado em paz e em segurança, tendo Jerusalém como capital compartilhada”. Ele insiste: “Não podemos ficar sem fazer nada, precisamos atuar antes que seja tarde demais”.
Explicou ainda que a base da reunião promovida pela França será a “Iniciativa de Paz Árabe”, de 2002. Segundo essa proposta, Israel deve abandonar todo o território ocupado desde 1967 e aceitar o estabelecimento de um estado da Palestina independente, cuja capital seria Jerusalém ocidental.
Curiosamente, não haverá delegações nem da Palestina nem de Israel nessa reunião. Se forem obtidos resultados esperados, a França irá promover uma cúpula internacional, que então convidará líderes israelenses e palestinos. Fonte: https://noticias.gospelprime.com.br
Deixe um comentário