Prédio é uma “miniatura” da mesquita Domo da Rocha, no Monte do Templo.

Sem muita atenção da mídia, foi inaugurada no início do mês em Brasília a nova embaixada do Estado da Palestina. A informação foi comemorada no site do Ministério das Relações Exteriores do Brasil.

“De acordo com a praxe seguida desde a fundação de Brasília, o Governo brasileiro doou área para a construção da Embaixada palestina em 2010. Em reciprocidade, recebeu doação, em 2015, de terreno para uso do Brasil em Ramalá”,diz o site do Itamaray.

O prédio no lote 46 do Setor de Embaixadas Norte da Capital Federal é ocupado pelo embaixador do Estado da Palestina no Brasil, Ibrahim Alzeben, e sua equipe.

A inauguração do local possui dois aspectos distintos, mas que revelam-se uma provocação direta a Israel. O primeiro deles é o fato de estar em curso um imbróglio diplomático, que não deve ser solucionado a curto prazo.

O governo Dilma rejeitou a indicação de Dani Dayan para ocupar o cargo de embaixador em Brasília em meados de 2015. O motivo seria o histórico de Dayan como líder dos assentamentos israelenses construídos em territórios em disputa com os palestinos.

Israel acabou retirando a indicação de Dayan e Benjamin Netanyahu avisou que não cederia e optou por não indicar outro nome. Sendo assim, não há um embaixador de Israel no Brasil.

O segundo aspecto é mais sutil, embora não menos preocupante. Envolve a questão simbólica da embaixada palestina. Trata-se da primeira construção do tipo no Ocidente. O edifício octogonal traz no seu topo um pequeno domo dourado.

Os que estão familiarizados com Jerusalém imediatamente percebem que é uma “miniatura” da mesquita Domo da Rocha, no Monte do Templo. Na prática, comunica que a Palestina, que não é uma nação reconhecida oficialmente pela ONU, tem como capital Jerusalém.

Atualmente, o Brasil não reconhece Jerusalém como a capital do Estado judeu.

Desde sua vitória na Guerra dos Seis Dias (1967), Israel reivindica Jerusalém como sua a capital “histórica e indivisível”. Os palestinos consideram a parte oriental da cidade como “território ocupado” e objeto de disputa.

O site Breaking Israel News (BIN), que analisa profecias bíblicas, faz uma avaliação preocupante. “A nova Embaixada da Palestina no Brasil é inconfundível pelo que representa, exibindo abertamente uma mensagem sinistra e ameaçadora para o mundo”.

Embora a Autoridade Palestina tenha 96 representações diplomáticas e consulares no exterior, a edificação em solo brasileiro é a única que tem um prédio em forma de mesquita. Como lembra o BIN, “uma batalha que tem não meramente implicações políticas, mas espirituais e bíblicas também”.

Relações do PT com a Palestina

O Brasil reconheceu em 2010 o Estado da Palestina pelas fronteiras delimitadas em 1967, se tornando o primeiro a país das Américas a receber uma representação diplomática palestina.

Em 2004, foi aberto o Escritório de Representação do Brasil em Ramalá. A partir do reconhecimento, pelo Brasil, do Estado da Palestina (dezembro de 2010), a Delegação Especial passou a denominar-se Embaixada da Palestina.

Em 2007, o Brasil doou US$ 10 milhões para ‘atividades humanitárias’ na Palestina. Em 2009, doou mais US$ 10 milhões para a reconstrução de Gaza. Os países do IBAS também doaram conjuntamente US$ 3 milhões à Palestina, montante investido nas áreas de saúde, educação, agricultura e assistência a refugiados.

Mais recentemente, o Brasil doou 11,5 mil toneladas de arroz à UNRWA, agência das Nações Unidas que apoia palestinos.

Em dezembro de 2010, o Brasil reconheceu o Estado da Palestina nas fronteiras de 1967 – iniciativa que foi seguida por quase todos os países sul-americanos. O Brasil apoiou e copatrocinou a Resolução 67/19 da ONU, que elevou o status da Palestina a Estado observador não membro das Nações Unidas. Fonte: noticias.gospelprime.com.br

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