Centenas de pessoas se manifestaram contra o aumento da perseguição de cristãos em 2020.

FONTE: GUIAME, COM INFORMAÇÕES DE THE CHRISTIAN

Neste sábado (25), centenas de cristãos marcharam em Washington, Estados Unidos, em solidariedade pela Igreja perseguida em todo o mundo, num movimento pela liberdade religiosa. 

A segunda edição da Marcha pelos Mártires reuniu cerca de mil cristãos de todos os EUA, de diversas denominações, no comício inicial no National Mall. Os manifestantes ouviram discursos, adoraram e marcharam até a Casa Branca, onde oraram, se levantando como uma só voz pela Igreja perseguida.

A líder do evento, Gia Chacon, que é fundadora da ONG cristã For the Martyrs, lembrou da importância das denominações se unirem em prol dos cristãos perseguidos, cobrando a garantia de seus direitos religiosos.

“É muito importante que estejamos nos levantando agora, como irmãos e irmãs em Cristo nos Estados Unidos, sendo uma voz para nossos irmãos e irmãs perseguidos. Como continuamos a ver o aumento da perseguição aos cristãos, é muito importante enviar uma mensagem forte não apenas para o Corpo de Cristo, mas também para este governo”, disse Gia ao The Christian Post.

Aumento da perseguição religiosa no mundo

A Marcha pelos Mártires aconteceu pela primeira vez na capital dos EUA, com o propósito de chamar a atenção para o aumento de 30% da perseguição contra cristãos em 2020. Gia Chacon afirmou que deseja realizar a marcha todos os anos em Washington a partir de agora.

No comício, após a banda Radiant Worship saudar os participantes com uma música de adoração, Chacon subiu ao palco e destacou o propósito do evento: “Estamos marchando pelos mais de 340 milhões de cristãos ao redor do mundo que sofrem pelo nome de Jesus. Estamos marchando pelas pessoas que sacrificam suas vidas todos os dias para ir à igreja, para possuir uma Bíblia. Até mesmo dizer que eles acreditam em Jesus, em alguns países, é ilegal”.

A defensora da liberdade religiosa ainda trouxe outro dado alarmante da Missão Portas Abertas: o aumento de 60% no número de cristãos mortos por sua fé em 2020. “Se os cristãos continuam a ser perseguidos por sua fé, por que esta questão tem tanto silêncio em torno disso? Por que o mundo permanece em silêncio enquanto os cristãos são perseguidos e executados por sua fé em Cristo?”, questionou Gia. 

Chacon prometeu que “vamos nos lembrar de cada cristão que deu suas vidas por causa do Evangelho e vamos chamar a atenção para cada cristão que está sofrendo sob governos radicais, sob grupos extremistas”.

Levantando a voz pelos que não possuem voz

Mario, de Chicago, participa da Marcha pelos Mártires em Washington. (Foto: The Christian Post).

Allie Beth Stuckey, apresentadora do podcast “Relatable”, também discursou no comício, lembrando aos crentes ocidentais do privilégio de terem liberdade religiosa e liberdade de expressão. 

“Não só a maioria do mundo não tem, mas durante a maior parte da história da Igreja, essa ideia de liberdade de expressão, de liberdade religiosa, ela simplesmente não existia”, lembrou Allie.

“Enquanto ainda temos [direitos religiosos], mesmo que sintamos que estão sob ataque, temos que tirar vantagem deles. Temos que usá-los para a glória de Deus, temos que usá-los com ousadia e para falar corajosamente em nome de pessoas que nem mesmo sabem qual é o conceito de direito”, disse.

Allie incentivou à multidão a “pensar em nossos irmãos e irmãs em Cristo ao redor do mundo” sempre que “somos tentados a segurar nossa língua ou a nos conter em compartilhar o Evangelho ou falar o que agora é considerado político, o que é considerado supostamente controverso aqui nos Estados Unidos”, afirmou. 

A ativista política ainda alertou que a Bíblia afirma que os cristãos sofreriam perseguição enquanto estivessem na Terra, desde o bullying e censura em países ocidentais até prisão e morte em outros países. Allie pediu à multidão para “orar por aqueles que são perseguidos e por aqueles que estão presos. A Bíblia nos diz que nossas orações têm grande poder”.

Marcha pelos Mártires

Segundo Gia Chacon, a Marcha pelos Mártires foi criada no ano passado em resposta às restrições impostas às igrejas nos EUA, durante a pandemia da Covid-19. 

“Pela primeira vez nos Estados Unidos em 2020, os cristãos estavam pensando como seria se restringissem a adoração, se enfrentássemos perseguição por nossa fé e experimentássemos a incapacidade de adorar livremente. E isso nos ajudou a ter empatia por nossos irmãos e irmãs ao redor do mundo que enfrentam sérias perseguições e nos encorajou a serem ousados ​​em nossa fé aqui nos EUA”, explicou Gia.

Para a ativista, “se os cristãos em outros países podem dar suas vidas pelo Evangelho, devemos ser encorajados a permanecer firmes em nossa fé aqui nos Estados Unidos”.