Depois de convidar pessoas negras para fazerem parte da programação de sua igreja, o pastor Jonathan Greer foi demitido pela Igreja Batista de Sterling, nos Estados Unidos.

A demissão foi decidida por uma comissão, onde trinta e uma pessoas votaram unanimemente pela saída de Greer. Isto aconteceu depois que um diácono alertou o pastor que não poderia convidar pessoas negras à Escola Bíblica de Férias.

“Houve um questionamento sobre os tipos de crianças que nós estávamos trazendo, e me pediram para não convidar crianças negras para a Escola Bíblica de Férias”, disse o pastor Greer à TV local WTOK.

O diácono Freddie Moore, que barrou a ação do pastor, alega que a demissão não aconteceu por uma questão racial, mas sim porque Greer não visitava todos os membros da igreja, apenas alguns.

Segundo o diácono, qualquer pessoa é bem-vinda na igreja, independentemente de sua raça. No início, o pastor Greer conta que também foi levado a acreditar nisso, mas durante o curso da denominação foi ensinado sobre o tratamento com os negros.

“Eles disseram que se alguém estivesse passando pela igreja e resolvesse entrar, eles não poderiam impedir, mas eles me disseram especificamente para não convidar pessoas negras. Tentei dizer a eles que isso não era consistente com o cristianismo”, explicou Greer.

Embora os diáconos quisessem que a demissão de Greer acontecesse em silêncio, o pastor escolheu pregar sobre o racismo em seu último culto.

“Eu queria que a igreja soubesse que isso não é consistente com o evangelho. Isso não é consistente com a palavra de Deus, que nos pede para honrar e dar dignidade a todas as pessoas. Isso é o que a Bíblia nos ensina, todas as pessoas são dignas e necessitam do Evangelho. O racismo nega isso para uma certa quantidade de pessoas”, afirmou Greer.

O pastor esclarece que acredita que nem todos os membros da Igreja Batista de Sterling compartilham a mesma opinião dos diáconos.

Divisão do racismo

A promoção de conceitos racistas como a teoria do branqueamento social e a consequente negação da própria identidade, após anos de escravidão, têm sido frequentemente reproduzidas por comunidades evangélicas, nos Estados Unidos.

De acordo com o pastor Miles McPherson, da igreja ‘The Rock’, em San Diego, a luta contra o racismo tem que ir além da busca pela mera “tolerância” e deve se concentrar mais em “amar” uns aos outros.

“Não é uma questão de negros e brancos, não é uma questão policial ou não-policial, há uma questão espiritual acontecendo e nós, como Casa de Deus, precisamos entender isso”, disse McPherson.

“E nós precisamos perceber que há um problema maior acima de tudo isso, e como povo de Deus, temos que lutar nesse nível. O que o diabo está tentando fazer é dividir as pessoas e fazer com que elas lutem entre si, matem-se uns aos outros”, alertou o pastor.

FONTE: GUIAME, COM INFORMAÇÕES DE WTOK

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