Quem tinha condições de se aposentar em novembro passado, mas deixou para fazê-lo este mês vai receber um benefício um pouco menor. Ou terá que trabalhar um pouco mais para receber o valor integral. É que a expectativa de vida do brasileiro aumentou conforme o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), atualizando a tabela usada pela Previdência Social para cálculo do fator previdenciário, que vai reduzir o valor final do benefício.

 

A nova tabela, que considera os dados de 2014, tem validade até 30 de novembro do ano que vem, quando haverá mais uma atualização. A boa notícia é que a tabela, publicada ontem no Diário Oficial da União, não interfere na regra das aposentadorias que usam a fórmula 85/95, em vigor. Apenas nas de quem decidir se aposentar antes de atingir a pontuação mínima – de 85 para mulheres e 95 para homens – na soma de idade e tempo de contribuição.
O atuário especializado em Previdência e professor da Universidade de São Paulo (USP), Newton Conde, analisou o período de idade em que se concedem as aposentadorias, dos 40 até 80 anos, e constatou que a expectativa de vida dos segurados, na comparação entre as tabelas de 2013 e 2014, subiu em média 60 dias (dois meses). Segundo ele, a variação é praticamente igual à observada no ano passado (entre as tábuas IBGE-2012 e IBGE-2013). “Isso significa que o Fator Previdenciário vai achatar o benefício em média 0,65%”, comenta.
O professor explica, que nas idades na faixa de 40 a 70 anos, se verificou um aumento da expectativa de vida em torno de 73 dias (com algumas exceções), já acima de 70 anos, esse aumento ficou praticamente pela metade: 36 dias. “A diferença no valor do benefício final não é muito expressiva. Ao calcularmos um benefício de aposentadoria considerando as duas tábuas, constatamos que a redução maior ficou em torno de 1,34% (na idade de 70 anos), mas a média se posicionou em 0,65%”, completa.
Acrescenta que comparando o benefício que seria concedido no último dia 30/11 e ontem (1/12), chegou-se a uma redução no valor do benefício de 0,65%, provocado pelo aumento médio de 60 dias na expectativa de vida.
Sobre quanto tempo o segurado precisa ficar contribuindo para compensar a redução do benefício, o professor diz que ao solicitar em dezembro o benefício será menor, mas se o segurado aguardar e solicitar em fevereiro de 2016, por exemplo. “Ou seja, mais dois meses de contribuição e conseguirá voltar ao nível de benefício que teria em novembro de 2015”.

 

SERVIÇO

 

Simulador
O que é: o INSS disponibiliza calculadora para que o contribuinte saiba quanto tempo falta para se aposentar e o valor do seu benefício

Onde: http://bit.ly/1NpcQS3 

Saiba mais
Pela Tábua de Expectativa de Vida, também chamada de Tábua de Mortalidade, nas idades de 40 a 70 anos foi verificado um aumento da expectativa de vida em torno de 73 dias (com algumas exceções)
Acima de 70 anos, o aumento ficou praticamente pela metade: 36 dias
Considerando as tabelas de 2013 e 2014, foi constatado que a redução maior ficou em torno de 1,34% (na idade 70 anos), mas a média se posicionou em 0,65%
Média Salarial: o critério adotado pela Previdência Social para o cálculo da média salarial prevê que, dos salários de julho de 1994 até agora, que são 257, serão corrigidos monetariamente e colocado em ordem de grandeza e serão coletados os 80% maiores
O fator previdenciário foi criado em 1999 e incide, obrigatoriamente, na aposentadorias por tempo de contribuição. Nas aposentadorias por idade e aposentadoria especial do deficiente somente será aplicado se aumentar a média aritmética simples apurada com base nos salários de contribuição do segurado a partir de julho de 1994
São levadas em consideração três variáveis no cálculo do fator previdenciário, o tempo de contribuição, idade e expectativa de sobrevida medida pelo IBGE; e uma constante: alíquota de (0,31)

 

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