Mas o presidente do país acredita que não há problemas com a liberdade religiosa
Fonte: Portas Abertas
O presidente da Nigéria, Muhammadu Buhari, apoia a decisão dos Estados Unidos de retirar a nação da lista de países que praticam intolerância religiosa. Mas o país está entre os 10 com o maior índice de perseguição aos cristãos, estando em 9º lugar na Lista Mundial da Perseguição 2021. No último mês, mais de 60 cristãos foram sequestrados por homens armados e dois foram mortos, somente no estado de Kaduna.
No passado, a decisão de colocar a Nigéria na lista de Países de Preocupação Particular, por meio de estudos do Departamento de Estado dos Estados Unidos, foi comemorada por muitos defensores da liberdade religiosa. A mudança de posição do governo americano provocou sentimento de abandono nos cristãos nigerianos. Os cristãos enxergam os Estados Unidos como parceiros e consideram essa negação da realidada da perseguição muito preocupante e extremamente decepcionante.
Explosão de violência
De acordo com Illia Djadi, da Portas Abertas, a situação na Nigéria só piorou. “Vimos uma explosão de violência em todo o país, desde a morte de generais do exército até o sequestro de líderes cristãos, mulheres e crianças em idade escolar. Ninguém mais está seguro”, afirma. Muitos desses ataques seguem linhas religiosas e étnicas, e as comunidades cristãs foram particularmente afetadas pela expansão e intensificação da violência.
O presidente Buhari afirma que na Nigéria não existe discriminação por causa da fé. Ele acredita que existe liberdade de culto no país. Porém, grupos islâmicos, como o Boko Haram expandiram suas áreas de ataque na Nigéria nos últimos anos.
A comissão que aconselha o governo dos Estados Unidos sobre a liberdade religiosa internacional ficou espantada com a decisão. “A Comissão dos EUA sobre Liberdade Religiosa Internacional (USCIRF, da sigla em inglês) considera inexplicável que o Departamento de Estado dos EUA não redesignou a Nigéria como um País de Preocupação Particular e tratou-o como um país sem violações graves da liberdade religiosa”, disse através de comunicado à imprensa.
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