Em um dos casos, a polícia foi chamada mas se recusou a ajudar as vítimas
Fonte: portasabertas
Mesmo durante a crise da COVID-19 na Índia, 14 famílias cristãs enfrentaram também as agressões de extremistas hindus por não abandonarem a fé em Jesus. Em 21 de julho, uma multidão atacou e destruiu a casa de Chachiri Muduli, de 75 anos, na vila de Badaguda, leste do estado de Odisha. Além de ser local onde aconteciam reuniões de oração, a residência era abrigo de oito famílias, que também tiveram as casas destruídas por radicais.
Além da anciã, as netas dela de 22 e 25 anos também foram agredidas. Segundo líderes cristãos locais, os seguidores de Jesus já haviam sido agredidos pelos nacionalistas. Em resposta, a polícia prendeu dois homens envolvidos nos ataques, mas soltaram os acusados após pagamento de fiança.
A vila de Badaguda já foi cenário de outros ataques contra cristãos. Segundo o site britânico Christian Solidarity Worldwide, a igreja local foi destruída em um incêndio e a hostilidade aos seguidores de Jesus permaneceram, apesar da tentativa de resolução de conflitos com os extremistas religiosos na aldeia.
O aumento de violência na Índia
No início de julho, outras seis famílias cristãs foram agredidas pelos nacionalistas hindus no estado vizinho de Jharkhand. Uma das vítimas, Joginder Bhuya, conseguiu fugir e procurou a polícia para denunciar o incidente. Mas as autoridades se negaram a ajudar e ordenaram que os seguidores de Jesus abandonassem a fé. “Pensei que a polícia estivesse lá para proteger e servir à justiça, mas ela falou exatamente o que os fanáticos religiosos nos disseram”, testemunha o cristão.
Um relatório recente da Portas Abertas contabilizou agressões a quase 600 cristãos indianos, motivadas pela intolerância religiosa. Dentre as vítimas estavam 139 crianças. De acordo com o documento, a situação não melhorou durante a pandemia e os seguidores de Jesus começaram a receber outros tipos de opressão, como a negação de ajuda humanitária por parte dos governantes. Até agora, 10 mil famílias foram ajudadas com kits básicos que continham alimentos e itens de higiene.