Dois anos após sequestro, Nigéria ainda não conhece o paradeiro de Leah e de outras centenas de mulheres sequestrada pelo Boko Haram
Há dois anos, 110 meninas de uma escola em Dapchi, na Nigéria, foram sequestradas pelo grupo radical islâmico Boko Haram. Nas semanas seguintes, 109 meninas foram libertas. Apenas uma, Leah Sharibu, foi mantida em cativeiro, onde se encontra até hoje.
Leah se recusou a negar sua fé em Jesus.
Naquele momento era inevitável comparar o caso ao também trágico sequestro das 245 meninas da escola do Chibok, também na Nigéria, em 2015. Cinco anos depois, mais de 100 garotas continuam desaparecidas.
Desde o início de sua insurgência islâmica em 2009, o Boko Haram sequestrou milhares de mulheres, meninas e meninos. As meninas foram forçadas a se casar, usadas como escravas sexuais e homens-bomba, enquanto os meninos são treinados para o combate.
A situação de Leah é uma dentre centenas de homens, mulheres e crianças que são sequestrados e mortos por grupos extremistas como o Boko Haram.
Os dados colocaram a nação em 12º lugar na Lista Mundial da Perseguição 2020; eles são consequência da opressão islâmica, paranoia ditatorial, corrupção, antagonismo étnico e crime organizado. O documento é publicado anualmente, há mais de 25 anos pela Portas Abertas e classifica os 50 países que mais perseguem cristãos no mundo.
Escrava vitalícia
Leah Sharibu tinha 14 anos quando foi sequestrada. O presidente Buhari garantiu à família de Leah, em outubro de 2018, que faria todo o possível para ver a adolescente libertada. Nesse mesmo mês, o Boko Haram divulgou uma declaração de que Leah seria mantida como “escrava vitalícia”.
Recentemente, surgiram relatos de que ela foi forçada a se casar com um alto comandante do Boko Haram e se tornou mãe de um bebê. “Esta não é a primeira vez que esses rumores vêm à tona, e precisamos ter cuidado e atenção ao compartilhar essas informações”, disse Gideon Par-Mallam, pastor nigeriano que acompanha e aconselha a família Sharibu nos últimos dois anos. “Isso pode facilmente desmoralizar a família que já foi traumatizada”.
Em resposta aos novos relatórios, o pastor disse que tudo o que a família quer é que Leah volte com segurança, com ou sem um bebê.
“Precisamos manter a conversa sobre o que está acontecendo na Nigéria [e na África Ocidental]”, continua o pastor. “Os rumores sobre o que possivelmente foi feito com Leah e as outras garotas como ela são horríveis. É abuso sexual e espiritual. Leah está sendo forçada a se converter ao islamismo. Isso é inaceitável e a comunidade internacional deve se manifestar”.
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