Pesquisa mostra como a perseguição às mulheres é “complexa, violenta e escondida”
Fonte: portasabertas
Rita é uma cristã de Qaraqosh, no Iraque, que tinha 26 anos quando o Estado Islâmico (EI) invadiu o país, em 2014, e a levou cativa. Ela foi comprada e vendida como escrava sexual quatro vezes e só foi libertada em 2017. Somente após quase quatro anos de cativeiro é que ela foi reunida ao seu pai. Apenas agora a Organização das Nações Unidas (ONU) começou formalmente a investigar os crimes do EI na região. Alguns especialistas observam que as mulheres cristãs não estão trazendo a público esses casos por dois motivos: ou ainda estão traumatizadas ou acham que foram tratadas de forma tão vergonhosa que é difícil falar publicamente.
Essa forma de perseguição “escondida” é o foco do último relatório da unidade de pesquisa da Portas Abertas, que a cada ano é responsável por lançar a Lista Mundial da Perseguição. É a forma de perseguição que passa sem ser admitida pelas vítimas e suas comunidades. Neste Dia Internacional para o Direito à Verdade para as Vítimas de Graves Violações dos Direitos Humanos, lembramos que o cristianismo é a religião mais perseguida do mundo: mais 245 milhões de cristãos experimentam perseguição.
O relatório da Lista Mundial da Perseguição 2019 revela que em 34 países os homens cristãos são principalmente sujeitos a importunação econômica, no que diz respeito aos negócios, trabalho e acesso a empregos. Entretanto, em cerca de um quinto dos países, o relatório mostra o quão “complexa, violenta e escondida” a perseguição é para as mulheres. Os tipos de pressão que as mulheres enfrentam são cinco: violência sexual, casamento forçado, estupro, “humilhação e fuga”, e divórcio forçado e perda da guarda dos filhos.
As formas da perseguição contra as mulheres
A violência sexual geralmente acontece dentro da família extensa ou comunidade local, como um meio de poder ou controle, o que foi relatado em 59% dos países. No Quênia, por exemplo, professoras cristãs se queixam de importunação sexual por parte dos alunos em áreas de maioria muçulmana. Os casamentos forçados foram relatados em 57% dos países. Na Nigéria, muitas jovens são obrigadas a se casar com um não cristão. O fato de haver leis que permitem o casamento de menores em alguns estados só contribui para esse problema.
Estupro foi relatado em 47% dos países. Na Líbia, é usado como uma forma de punição pela conversão ao cristianismo. No Iêmen, em uma cultura em que a opressão da mulher é normal, as mulheres cristãs ex-muçulmanas são duplamente vulneráveis. São expostas ao risco de estupro e prisão, entre outras formas de perseguição. Por “humilhação e fuga” entende-se uma forma mais sutil de perseguição, em que as mulheres são levadas a tal ponto de vergonha que são expulsas pela comunidade. No Nepal, por exemplo, “as mulheres e meninas cristãs são sujeitas à violência sexual. Inicialmente, elas são pressionadas pela família, mas o abuso físico começa gradualmente até que elas sejam consideradas como excluídas pela família e comunidade.
O divórcio forçado está presente em 35% dos países e a perda da guarda dos filhos em 31% como formas de perseguição a mulheres cristãs. Na Argélia, é muito provável que uma muçulmana que se converte a Cristo seja abandonada pelo marido, ficando sem sustento financeiro; elas podem acabar na rua. A custódia dos filhos pode ser retirada delas, bem como direitos de herança. Na Mauritânia, as mulheres são sujeitas ao pai ou ao marido. Deixar o islã significa que não consideram mais o homem como autoridade, envergonhando a família. Isso trará graves consequências, principalmente porque a maioria das mulheres é totalmente dependente financeiramente da família. Mulheres casadas que se convertem podem facilmente ser abandonadas pelo marido, ficando sem meios para sobreviver.
Apoie cristãs perseguidas
Ore pela situação da mulher, que é ainda mais delicada em países onde há perseguição aos cristãos. Você ainda pode fazer mais. Com uma doação, você ajuda cristãs egípcias a serem discipuladas e treinadas para terem bases sólidas na fé.
Deixe um comentário