Não há um padrão bíblico sobre o ‘tamanho ideal’, explica Hershael York
Um professor de teologia do Seminário Teológico Batista do Sul, um dos mais importantes dos Estados Unidos, decidiu abordar uma questão bastante debatida no meio acadêmico. Embora haja muitas críticas sobre as megaigrejas não serem bíblicas, ele acredita que o tamanho não afeta os princípios fundamentais que toda igreja precisa seguir.
“A verdadeira questão é a da obediência. A primeira pergunta deveria ser: a igreja segue o padrão do Novo Testamento? Estamos fazendo o que Cristo nos entregou como tarefa principal? Isso é algo não negociável, mas o tamanho não é um fator determinante” explica o teólogo Hershael York, professor de Pregação Cristã no Seminário do Sul.
Para ele, essa questão não é abordada claramente no Novo Testamento. “Não temos uma instrução clara sobre quando chegarmos a um certo tamanho precisamos dividir, tampouco é dito que uma igreja pequena é ineficaz. Somos instruídos a sermos fiéis, especificamente à Grande Comissão”, insiste.
O professor de teologia afirma que muitos estudiosos calculam que a igreja de Jerusalém nos primeiros anos do cristianismo poderia ter até 50.000 pessoas. Por causa da perseguição ela foi se dividindo e os cristãos forçados a se reunir em outros locais.
O professor acredita que a grande questão aqui é obediência e eficácia. Conforme destaca, as questões deveriam ser: “A igreja é obediente ao que Deus nos deu? Eles são fiéis à Grande Comissão – estão fazendo discípulos, batizando-os e ensinando-os a observar todas as coisas que Ele ordenou? Eles estão se multiplicando, plantando outras igrejas?”.
As igrejas que por algum motivo permanecem sempre pequenas também sofrem um desgaste. “O desafio das pequenas igrejas é a ‘koinonite’. Elas geram muita proximidade entre os membros, mas talvez sentem que não precisam de mais ninguém ou que não querem estragar essa dinâmica”, alertou.
Via de regra, as igrejas pequenas podem ficar com medo de pessoas “que não se parecem conosco, pensam como nós ou se vestem como nós”, e acabam não sendo tão receptivas às pessoas de fora.
“Os líderes e líderes da igreja precisam se perguntar: Estamos sendo fiéis ao que Deus nos deu para fazer? Às vezes você pode ser mais fiel crescendo, testemunhando e vendo cada vez mais pessoas chegando à igreja. Em outras ocasiões, você precisa se dividir para não perder a essência”, sugere York.
“Igrejas satélites”
A concepção de megaigreja varia muito de país para país. Nos Estados Unidos, congregações com mais de dois mil membros já são consideradas “mega”. Nos últimos anos, algumas igrejas que ultrapassam os 10 mil começaram a se dividir em grupos menores, em diferentes pontos da cidade ou em cidades vizinhas, usando o nome de “igrejas satélites” ou “campus”.
Beneficiando-se da tecnologia, criaram um sistema que permite a transmissão dos cultos via internet em telões, para que todos os membros possam acompanhar a pregação em tempo real. Diferentemente do que fariam se vissem pelo Youtube, por exemplo, estão ao lado de outros fiéis e podem participar ao longo da semana de grupos menores, tipo ‘células’, onde discutem o tema do sermão.
Vários estudos já foram realizados sobre a eficácia das megaigrejas. Um deles, foi publicado em fevereiro de 2016 na revista ‘Socius’, da American Sociological Association. Ele mostra como os membros das grandes igrejas costumam se envolver menos que o das congregações menores.
A pesquisa encontrou “uma relação negativa entre o tamanho e a probabilidade de comparecimento tanto de evangélicos quanto de católicos em igrejas com mais de 500 membros”. Disse ainda que as descobertas apoiam a teoria de que “a coesão do grupo está no ‘cerne’ da relação entre tamanho e participação nessas igrejas”. Com informações Christian Post
Fonte: https://noticias.gospelprime.com.br
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