Mesmo sabendo que sofreria perseguição, o xeque islâmico passou a viver sua fé cristã assumidamente.

O líder islâmico de uma das maiores mesquitas de Uganda, no leste da África, deixou seu cargo para seguir a Cristo, depois de ser evangelizado por um pastor da região.

Hussein (nome fictício por razões de segurança) começou a se aprofundar em sua religião aos 7 anos e recebeu uma bolsa de estudos na Arábia Saudita mais tarde, onde foi exposto às ideologias do islamismo radical.

Enquanto estudava apologética islâmica na Arábia Saudita, ele encontrou uma referência a Isa (nome árabe de Jesus) no Alcorão e Cristo na Bíblia. Ele passou a questionar alguns pontos do Islã, causando preocupação em seus mestres.

Logo após a queda do ditador ugandense, o ex-presidente Idi Amin Dada, Hussein perdeu sua bolsa de estudos e foi deportado para Uganda, onde começou a ensinar árabe e islamismo nas escolas locais. Mais tarde, ele se tornou líder de uma das maiores mesquitas do distrito.

Por quase 30 anos, Hussein continuou secretamente desejando aprender mais sobre Jesus. Sua busca silenciosa o levou a participar de um diálogo religioso cristão-muçulmano em 2006, que mudou a sua história de vida para sempre.

“Um pastor compartilhou o Evangelho conosco e explicou sobre a divindade de Jesus em relação a Deus, o Pai, na Bíblia. Meu coração ficou cheio de alegria, porque as perguntas que estavam por muito tempo no meu coração foram respondidas. No meu entusiasmo, eu compartilhei a mensagem com um amigo muçulmano, que também era um xeque, que me advertiu para nunca mais falar com ele sobre Jesus”, ele contou à organização Portas Abertas.

“Quando o pastor nos convidou para um diálogo pela segunda vez, eu pedi para encontrá-lo separadamente. Ele concordou. Durante nosso encontro, eu disse a ele que queria entregar minha vida a Jesus. Ele me conduziu em uma oração de confissão e eu aceitei Cristo como meu Salvador”, relata Hussein.

“Continuei participando do diálogo muçulmano-cristão, mas não contei a nenhum dos meus amigos sobre minha nova fé. Mantive isso em segredo por 10 anos, mas em 2016, durante outro diálogo religioso, eu me declarei formalmente um cristão”, acrescenta.

As notícias rapidamente se espalharam e Hussein passou a receber ameaças. “Em julho de 2017, ofereci minha terra para construir uma igreja. A comunidade ficou furiosa com isso e ameaçaram queimar os veículos do pastor. Mas Deus usou os líderes do condado para impedir que a multidão causasse destruição”, ele lembra.

“Naquela mesma noite, três jovens vestidos de preto com os rostos cobertos vieram me procurar. Eles disseram à minha esposa que queriam algumas Bíblias e souberam que poderiam obtê-las através de mim. Mas minha esposa desconfiou e não disse onde eu estava. Mais tarde, soubemos que os jovens foram enviados para me sequestrar e me matar por apostasia. Eu soube que uma fatwa (sentença de morte) tinha sido decretada contra mim”, conta.

Perseverança

Hussein enviou sua esposa e filhos para viverem com parentes, enquanto ele fugiu para um campo de refugiados nas proximidades. “Não importa o que estou passando agora, eu sei que Deus está no controle. Embora minha vida esteja em perigo, eu sei que estou seguro nas mãos de Deus”, afirma.

Atualmente, aos 68 anos, Hussein está sendo cuidado por pastores da Portas Abertas. “Embora eu seja velho e tenha perdido tudo, depois que os líderes do clã tomaram minha terra, eu tenho esperança. Eu também sei que o melhor presente que eu dei para minha família e amigos muçulmanos é a Bíblia. Agradeço a Deus por este pastor e outros irmãos cristãos que atualmente estão cuidando das minhas necessidades. Que Deus os abençoe muito. Por favor, irmãos cristãos no Senhor Jesus Cristo, lembre-se de mim nas suas orações”, ele pede.

FONTE: GUIAME, COM INFORMAÇÕES DE PORTAS ABERTAS

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