Frank Wolf destacou que as igrejas precisam retomar a conscientização sobre cristãos perseguidos e serem mais ativas nesta causa.
Quando os Estados Unidos comemoraram o Dia Nacional da Liberdade Religiosa na última terça-feira (16), o ex-deputado Frank Wolf, autor original da Lei Internacional de Liberdade Religiosa, expôs sua preocupação sobre o futuro da liberdade religiosa nos EUA e em todo o mundo. E ele acredita que grande parte das igrejas ainda faz muito pouco para ajudar a defender esta causa.
“De modo geral, a Igreja falhou claramente”, disse Wolf, que serviu duas décadas representando o 10º distrito do Congresso da Virgínia e agora atua como membro sênior da ‘Iniciativa Wilberforce do século 21’, nesta terça-feira no programa de rádio “Washington Watch”. “A maioria das igrejas costumava ter um ‘domingo missionário’, no qual elas traziam alguém do Sudão ou da China para dar testemunho. E agora, até mesmo isto está acabando”.
“A menos que haja mudança nos corações e mentes das pessoas, acho que o fracasso fundamental foi da Igreja. Dietrich Bonhoeffer disse: ‘Se você não fala e não age…’ eu não vejo a Igreja falando e não vejo a Igreja agindo”, acrescentou.
Ao expressar decepções com a falta de conscientização da Igreja em relação à liberdade religiosa e às perseguições no país e no exterior, Wolf acrescentou que alguns pastores, sacerdotes e rabinos talvez precisem fazer o que Martin Luther King Jr. fez.
“Eu acho que precisamos de alguns homens como Martin Luther King”, disse ele. “Eu acho que precisamos que pastores comecem a ser presos [por causa de sua fé]. Talvez se eles começarem a ser presos este país irá acordar para esta questão”.
O presidente do Conselho de Pesquisa da Família, Tony Perkins, organizou a transmissão especial do Dia da Liberdade Religiosa. Quando ele perguntou a Wolf, que escreveu o Ato Internacional de Liberdade Religiosa em 1993 e tem seu nome citado na nova versão da lei aprovada em dezembro de 2016, se ele acreditava que a liberdade religiosa no mundo hoje é “melhor protegida” do que era há 50 anos, o ex-congressista disse que acredita que a liberdade religiosa em todo o mundo está em “maior risco”.
O Congresso dos EUA não tem os líderes que costumava ter – como Henry Hyde e Tom Lantos – que defendiam bravamente a liberdade religiosa, especialmente em países que recebem financiamento dos EUA, ele apontou.
“Temos 5,5 bilhões de pessoas vivendo em nações repressivas”, afirmou Wolf.
Wolf mencionou como a organização com base em Washington, DC ‘Squire Patton Boggs’ está pressionando o governo dos EUA em nome das autoridades sudanesas para que o Departamente de Estado revogue permanentemente as sanções severas impostas sobre o país africano. O Sudão é o quarto pior país do mundo quando se trata de perseguição aos cristãos.
“Quando Patton Boggs assume o apoio a um criminoso de guerra indiciado, você tem que se perguntar para onde nós estamos indo”, disse Wolf.
“De 1980 a 1988, se qualquer escritório de advocacia nesta cidade dissesse que queria representar a União Soviética, Reagan teria reprimido isso”, afirmou Wolf. “A ‘SPB’ representa [Omar al-] Bashir, que é um criminoso de guerra indiciado. No entanto, você tem o escritório de advocacia mais poderoso na cidade que o representa. Eles também representam a China”.
Wolf afirmou que a liberdade religiosa hoje corre ainda mais risco, “porque não temos a liderança agora que realmente tínhamos antes”.
Quando perguntado se ele acha que há uma “mudança em vista, no futuro” dado o fato de que a administração Trump prometeu proteger a liberdade religiosa, Wolf declarou que ele não se sente “encorajado” por causa do fato de a liberdade religiosa já parece ser uma questão indiferente, não só para os ateus, mas também para a própria Igreja.
“Eu vou para esses campus universitários, faculdades cristãs”, disse Wolf, que tem 16 netos. “Esses jovens realmente não estão interessados nisso”.
Wolf também apontou que há muito antissemitismo nos campus universitários americanos hoje e chamou o movimento ‘Boicote, Desinvestimento e Sanções contra Israel’ de uma forma de “antissemitismo suave”.
Wolf convocou as igrejas de todo o país a voltarem com os domingos da liberdae religiosa e realizar mais eventos em que os cristãos perseguidos do exterior sejam convidados a falar sobre a perseguição que enfrentaram em seus países de origem.
Ele também pediu às igrejas para visitar seus representantes do Congresso e senadores ou convidá-los para suas igrejas para perguntar o que estão fazendo para ajudar a promover a liberdade religiosa em todo o mundo.
FONTE: GUIAME, COM INFORMAÇÕES DO CHRISTIAN POST
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