REPÚBLICA CENTRO-AFRICANA
Objetivo é conter conflito entre cristãos e muçulmanos, que tem trazido instabilidade ao país
Na última quarta-feira (15), o Conselho de Segurança da ONU aprovou por unanimidade uma resolução aumentando o número da força de paz na República Centro-Africana (RCA). O país terá um adicional de 900 soldados, totalizando 11.650 militares na missão de paz conhecida como MINUSCA.
A resolução segue-se a um ataque de granada em que quatro pessoas morreram e 20 ficaram feridas em Bangui, capital do país, no sábado (11). A explosão aconteceu durante um concerto de paz promovido por jovens cristãos e muçulmanos para promover a reconciliação entre os dois grupos. De acordo com a agência de notícias Fides, havia cristãos entre os mortos. No dia seguinte, três motociclistas de moto-taxi foram mortos em represália.
O país está afundado em violência entre muçulmanos e cristãos desde que a milícia islâmica Seleka tirou o presidente cristão e tomou o poder, em março de 2013. A milícia anti-Balaka revidou, resultando em milhares de mortes, deslocamento, e fuga de muitos muçulmanos para o norte do país ou para países vizinhos, como Chade e Camarões. Segundo o Conselho de Segurança, há mais de 600 mil deslocados dentro do país e quase 500 mil refugiados nos países vizinhos.
Intervenção da ONU
O embaixador da França na ONU, François Delattre, responsável pela medida, disse que o Conselho de Segurança não pode correr o risco de deixar a RCA voltar a uma crise tão trágica quanto a que enfrentou entre 2012 e 2014. Apesar de eleições pacíficas em 2016, a violência se espalhou para o centro e sudeste do país, alertando para um possível conflito nacional.
A resolução do Conselho de Segurança condena “nos mais fortes termos o estímulo de ódio étnico e religioso, as múltiplas violações da lei humanitária internacional, as violações de direitos humanos e os abusos”, o que inclui abuso sexual por militantes do Seleka e do anti-Balaka. O Conselho também enfatizou que a atual situação gera um ambiente propício para crimes transnacionais, como tráfico de armas e uso de mercenários, e também para formação de redes de radicais.
A resolução estende o mandato da força de paz até 15 de novembro de 2018. MINUSCA é uma das missões de paz mais perigosas da ONU, com 12 pacificadores mortos só este ano. Alguns soldados também são acusados de cometer abuso sexual.
Pedidos de oração
- Agradeça a Deus pelo compromisso firmado de restaurar a paz e ore para que a RCA escolha o caminho da paz.
- Ore por medidas corretas para os soldados que foram acusados de abuso.
- Interceda para que a igreja se envolva no processo de paz e também em restaurar a esperança para os traumatizados.
Fonte: The Washington Post \\ https://www.portasabertas.org.br
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