Kim Seung-mo havia retornado de sua viagem a China, onde visitou seus parentes cristãos e recebeu ajuda de um pastor. O idoso foi espancado e preso logo que oficiais do estado souberam disso.
Um idoso de 61 anos que reside na província de Ryanggang, Coreia do Norte, foi amarrado, espancado e preso depois que voltou da China, por acusação de espionagem pelo fato dele ter contactado seus parentes cristãos. De acordo com a Rádio Free Asia (RFA), o cidadão norte-coreano, Kim Seung-mo, vive na área Wiyon, da cidade de Hyesan.
Ele foi preso pelas autoridades de segurança do estado em frente à estação de trem Wiyon, na semana passada. “Aconteceu no terceiro dia após o seu retorno da China, onde foi visitar seus parentes”, disse uma fonte da província ao Serviço Coreano da RFA.
“Eu testemunhei que ele foi preso por oficiais de segurança do estado em frente à estação ferroviária de Wiyon”, disse ele. “Havia cerca de 3 mil pessoas se preparando para a marcha militar para o Monte Paektu, que estava prestes a partir para o município de Samjiyon em comemoração ao 80º aniversário da vitoriosa Batalha de Pochonbo”, explicou.
O Monte Paektu é um vulcão extinto na fronteira entre a Coreia do Norte e a China. É sagrado para os norte e sul-coreanos e é o local de nascimento de Dangun Wanggeom, que se acredita ser o fundador do primeiro reino coreano em torno de 2333 aC.
Agressão violenta
De acordo com a fonte anônima, Kim foi espancado e amarrado com corda enquanto era levado para fora da cidade. A fonte também confirmou que havia sinais óbvios de agressão violenta porque o homem tinha lábios cortados, olhos roxos e parecia ter sofrido uma lesão em uma das pernas.
Uma segunda fonte, que vive na província de Yanggang, disse à RFA na terça-feira (6) que Kim costumava trabalhar na subestação de Wiyon onde a eletricidade é convertida e distribuída, mas se aposentou em março.
“Desde que ele se aposentou, ele não tem feito nada, embora recentemente tenha visitado parentes na China para dar uma mão a sua esposa, que vende roupas usadas”, disse a fonte que pediu anonimato.
“Depois que ele voltou da China, falou abertamente a seus vizinhos que seus parentes participam de uma igreja cristã, e que o pastor da igreja coletou muitas roupas usadas para ele”, disse. “Parece que alguém informou aos agentes de segurança do estado sobre ele”, acrescentou.
Abusos de direitos humanos
O Ministério da Segurança do Estado, que reporta diretamente ao líder Kim Jong Un, é a força policial secreta do regime. Especialistas dizem que é conhecido por sua brutalidade e abusos de direitos humanos. “Todos os viajantes que retornam da China devem expor onde estavam e detalhes sobre suas atividades”, ressaltou a segunda fonte.
“No caso de Kim, ele foi preso por acusação de espionagem porque não informou o fato de que seus parentes serem cristãos e que o pastor da igreja o ajudou”, disse a fonte. Embora os missionários cristãos estivessem ativos na península coreana durante a época da ocupação japonesa antes da Segunda Guerra Mundial, a Coreia do Norte ateísta e comunista vê o cristianismo como uma religião ocidental desprezível.
O regime trata os cristãos de forma hostil porque não quer que nada altere a lealdade dos cidadãos ao Estado. Para evitar prisões e não serem enviados para campos de trabalho forçado, a pequena comunidade de cristãos da Coreia do Norte deve ocultar sua fé ao máximo.
FONTE: GUIAME, COM INFORMAÇÕES DO CHRISTIAN TODAY
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