Rede social muda regras, mas diz que “figuras controversas” não precisam de proteção
O Facebook recentemente mudou suas regras e proibiu usuários de postar fotos e imagens que se ridicularizavam pessoas com doenças físicas ou mentais, revela o jornal The Guardian.
A empresa não deu detalhes sobre como esse controle será feito, mas divulgou documentos internos que aconselham seus “moderadores” a ignorarem certos tipos de imagens.
Por exemplo, posts com fotos de pessoas com síndrome de Down acompanhadas de frases depreciativas serão automaticamente apagadas. Também há uma tentativa de eliminar perfis “fakes” embora a rede social não deixe claro como fará isso.
“Se você faz esse tipo de piadas no Facebook, não pode fazê-lo de forma anônima. Nós o forçamos a publicar seu nome, caso contrário, nós não permitimos a publicação da página”, afirma um dos documentos revelado pelo Guardian.
O material divulgado pelo jornal inglês mostra como esses 3000 novos moderadores contratados recentemente tentam lidar com postagens consideradas cruéis, insensíveis e abusivas.
Os manuais de treinamento dizem que o Facebook considera o bullying como “um ataque a pessoa(s) com a intenção de ridicularizá-lo(s) ou silenciá-lo(s)”. Mas eles fazem uma distinção entre “pessoa”, e uma “figura pública”, que seria qualquer perfil com mais de 100 mil seguidores.
Essa lista de figuras públicas inclui políticos, artistas, ou qualquer um “que seja mencionado [por nome ou apelido] no título ou subtítulo de cinco ou mais notícias publicadas pela mídia nos últimos dois anos”.
É aí que a rede social parece aprovar o ódio religioso só contra cristãos. No subponto “Pessoas excluídas de proteção”, presente em um dos documentos, lê-se: “Queremos excluir certas pessoas que são famosas ou controversas e não precisam de nossa proteção”.
Segue-se uma lista de exemplos disso, onde aparecem os nomes de Jesus Cristo, o serial killer Charles Manson, o terrorista Osama bin Laden, estupradores, líderes políticos e “pessoas que violam regras de discurso de ódio”.
Curiosamente, o material argumenta que “estrelas” como a cantora Rihanna, por exemplo, podem ser protegidas se postagens sobre elas incluírem sua foto com uma legenda que revele “crueldade”. Mas faz a ressalva que, na maioria dos casos, os “fãs” se encarregarão de defendê-la. Ou seja, comprova que imagens e vídeos considerados “polêmicos” na verdade são bons para o Facebook por que geram mais engajamento, comentários e fazem os usuários permanecerem mais tempo no site da rede social.
Monika Bickert, chefe de departamento de políticas globais no Facebook, disse: “Permitimos um discurso mais forte relacionado com as figuras públicas, mas removemos toda fala sobre essas personalidades quando ultrapassam a linha e se tornam discurso de ódio, ameaça ou assédio”. Contudo, ela não conseguiu explicar onde é o limite dessa linha que não pode ser ultrapassada.
Ao mesmo tempo que Jesus está na lista dos que não precisam ser “protegidos” pelas políticas do Facebook, a rede tem se esforçado para evitar as acusações de islamofobia e apagado com frequência cada vez maior postagens que pareçam ofensivas a Maomé, cujo nome não aparece na lista das “exceções”.
O site The Christian Times aponta ainda que um número crescente de páginas cristãs que defendem posturas conservadoras e/ou fazem denúncias contra ativistas LGBT e movimentos feministas vêm sofrendo censuras, incluindo banimento de usuários e até páginas apagadas.
Fonte: https://noticias.gospelprime.com.br
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