Abdulbaqi protesta por continuar detido oito meses depois de cumprir a sentença

Fonte: Portas Abertas

Abdulbaqi Saeed Abdo, de 54 anos, é um pai de família cristão preso no Egito. Ele foi condenado e afastado dos cinco filhos por causa de um post no Facebook em uma comunidade de amigos cristãos de origem muçulmana. Recentemente, Abdulbaqi avisou a família que está em uma greve de fome.  

O cristão fugiu do Iêmen para o Egito por causa de ameaças de morte desde que ele deixou o islã para seguir a Jesus. No entanto, as autoridades na nação em que buscou abrigo, a qual também faz parte da Lista Mundial da Perseguição 2024, o sentenciaram à prisão por se envolver em grupos de discussão de teologia cristã no Facebook. A comunidade de cristãos de origem muçulmana foi designada como “um grupo terrorista” que promove “a difamação da religião islâmica”, de acordo com informações da organização Anistia Internacional.   

No período pré-julgamento, Abdulbaqi ficou em uma prisão próxima à capital do Egito, Cairo, e escreveu uma carta para a esposa e os filhos. A mensagem dizia que ele sentia muita falta da família e que no dia 7 de agosto começou uma “greve de fome parcial” que ele tornaria completa caso a detenção injusta prevalecesse.  

Preso sem violar a lei 

“A razão da minha greve de fome é que eles me prenderam sem qualquer justificativa legal. Eles me condenaram sem violar a lei e não me libertaram após cumprir minha sentença, que terminou há oito meses”, escreveu Abdulbaqi. 

Nour Girgis (pseudônimo), outro cristão de origem muçulmana, também foi preso com Abdulbaqi sob acusação de liderar o grupo no Facebook. Em junho, foi relatado que Nour passou por abusos e tortura na prisão.  

Cristãos de origem muçulmana têm grande dificuldade para viver a fé. Além da enorme pressão da família, agentes de segurança organizam ativamente prisões e intimidam cristãos de origem muçulmana para que mantenham a conversão ao cristianismo em segredo. Muitos cristãos secretos no Egito afirmam ser impossível conseguir qualquer tipo de reconhecimento da conversão”, segundo a pesquisa da Lista Mundial da Perseguição 2024.