Devido à situação política do país, partidos da oposição incentivaram eleitores a boicotarem participação nas urnas

Fonte: Portas Abertas

As eleições ocorridas no dia 17 de dezembro na Tunísia tiveram uma participação de apenas 11,2% dos eleitores. A coalisão da oposição no país pediu ao presidente Kaïs Saïed para renunciar. Além disso, partidos da oposição boicotaram as eleições e a maioria dos tunisianos parece ter atendido ao pedido.

A Tunísia, durante anos considerada o país onde a Primavera Árabe trouxe mudanças positivas, foi às sessões eleitorais no sábado, 17 de dezembro, para eleições legislativas. O presidente atual enfraqueceu o poder dos partidos políticos, uma das razões pela qual partidos de oposição pediram um boicote das eleições.


Cristãos na Tunísia temem que a posição da igreja não melhorará com as eleições. Além disso, um porta-voz da Portas Abertas também disse que acredita que a posição da igreja “se deterioraria futuramente caso o atual presidente continuasse no poder”.


O Fundo Carnegie para a Paz Internacional disse que as eleições “enfraquecem severamente os partidos políticos e abrem as portas para o presidente impedir qualquer um que o criticar de buscar o cargo”. O instituto disse que a nova lei eleitoral de 15 de setembro garante ao presidente Kaïs Saïed amplos poderes antes, durante e após o voto.

O motivo das eleições

As eleições foram realizadas para substituir o parlamento eleito democraticamente, que Saïed dispensou após seu autogolpe em julho de 2021. Durante a Primavera Árabe, os tunisianos forçaram o presidente Zine El Abidine Ben Ali a renunciar e fugir do país. Agora parecem ter um novo sistema autocrático ou ditatorial novamente em seu lugar.


Em 2021, o presidente Kaïs Saïed demitiu o governo e suspendeu o parlamento democraticamente eleito após uma onda de protestos contra o governo pelo país. Durante 2022, ele ganhou mais poder por um referendo constitucional que teve participação oficial de apenas 30%.


Com a nova lei eleitoral, o presidente Saïed deu um golpe no progresso democrático da Tunísia ao mudar o sistema eleitoral baseado em partidos para um sistema baseado em candidatos individuais, o que enfraquece os partidos políticos.


A nova lei eleitoral do presidente Saïed eliminou também o princípio de igualdade de gênero nas assembleias eleitas. O temor é que isso resulte em um parlamento conduzido quase que exclusivamente por homens. Espera-se que os resultados finais das eleições sejam anunciados apenas em 19 de janeiro de 2023.


A Tunísia ocupa a posição 35 da Lista Mundial da Perseguição 2022 e para muitos cristãos, a pressão é generalizada e constante. Enquanto seguidores de Jesus estrangeiros vivem em paz, os tunisianos enfrentam alta pressão. A situação é pior para os cristãos de contexto muçulmano. É perigoso compartilhar a fé, por isso decidem adorar a Jesus de forma secreta.