A Nigéria é o país onde os cristãos mais sofreram ataques em 2021. Mais de 5 mil foram mortos nos últimos 15 meses.
FONTE: GUIAME, COM INFORMAÇÕES DA INTERSOCIETY
A Sociedade Internacional para as Liberdades Civis e o Estado de Direito (InterSociety), um grupo de direitos humanos na Nigéria, publicou um relatório nesta terça-feira (5) apontando que mais de 45.644 cristãos e 30.000 muçulmanos foram mortos no país nos últimos 13 anos.
O levantamento dos últimos 13 anos foi feito entre julho de 2009 e março de 2022. O número de cristãos mortos era cerca de 43.000, mas subiu para 45.644 este ano.
A InterSociety também estima que 30.000 muçulmanos também foram mortos nos últimos 13 anos por extremistas da mesma religião, incluindo jihadistas, mercenários e pastores fulanis.
Ao todo, 75.644 nigerianos foram mortos nos últimos 13 anos, sendo 60% das vítimas cristãos e 40% muçulmanos moderados.
O ano de 2021 foi desastroso principalmente para os cristãos e suas igrejas — cerca de 5.191 cristãos foram mortos, 3.800 cristãos foram sequestrados e entre 400 e 420 igrejas foram destruídas.
A maioria das mortes foi de autoria dos pastores Fulani, jihadistas e terroristas do Boko Haram e Estado Islâmico na África Ocidental (ISWAP).
Funeral de cristãos mortos em 25 de agosto no estado de Plateau, Nigéria. (Foto: Facebook/Anglicana Diocese de Jos)
Quando contabilizados os três primeiros meses de 2022, o número cresce. Pelo menos 6.006 cristãos foram mortos de janeiro de 2021 a março de 2022, sendo 915 apenas neste ano.
A análise da InterSociety aponta as partes cristãs do Estado do Níger, incluindo Shiroro, Munya e Rafi, como as áreas mais atingidas (213 mortes de cristãos), seguidas pelo sul de Kaduna (143 mortes), Taraba (130 mortes), Benue (72 mortes), Plateau (62 mortes), Ondo/Ogun (40 mortes), Kebbi (20 mortes), Enugu (20 mortes), Edo/Delta (15 mortes) e Nasarawa, Kogi, Abia e Imo com 10 mortes cada.
A InterSociety vem monitorando, documentando e denunciando o assassinato de cristãos e a destruição de suas igrejas na Nigéria desde 2010. Liderados por especialistas graduados nas áreas de criminologia, direito, jornalismo e outras, seus relatórios têm sido construídos com base em pesquisa e investigação, testemunhas oculares e relatos de sobreviventes.