Uma fonte de segurança disse que outras sete pessoas ficaram feridas, segundo a agência de notícias AFP. No ataque, dois ônibus foram alvo dos extremistas, mas apenas um deles foi atingido.
“O ônibus maior pertencia a uma igreja em Sohag. O motorista conseguiu escapar do local e ninguém se feriu. Já o menor, veio de uma vila em Minia e não conseguiu fugir. Os terroristas pararam o ônibus e abriram fogo contra os passageiros”, disse Abanoub Shehata, um líder religioso em Maghagha, de acordo com a organização Portas Abertas.
O massacre aconteceu quase que no mesmo lugar do ataque ocorrido em maio de 2017 por militantes islâmicos que deixou 28 mortos.
Centenas de cristãos coptas se reuniram para o funeral de seis vítimas no último sábado (3) ao redor da Igreja Príncipe Tadros de Minia, sob um intenso esquema de segurança. Depois das orações, os corpos foram levados em caixões brancos com grinaldas de flores brancas, em meio a gritos de “com nossas almas, com nosso sangue, defenderemos a cruz”.
Muitos coptas acusam as autoridades do Egito de não fazerem o suficiente para protegê-los, após uma série de ataques que mataram mais de 100 cristãos desde 2011.
As forças de segurança permaneceram em alerta fora do hospital onde estava os feridos por medo de mais ataques, enquanto as estradas foram bloqueadas. Segundo um clérigo copta, que pediu para não ser identificado, cerca de 24 pessoas escaparam ilesas do ataque e passaram a noite em uma igreja em um vilarejo próximo.
“Devo levar uma arma comigo quando eu for orar ou estar em casa? Porque eu posso morrer se for à igreja”, disse Michel, um copta de 23 anos cujo vizinho foi morto no ataque. “O que esses terroristas querem? Eles querem que a gente odeie os muçulmanos?”
Enquanto os cristãos do Egito se recuperam do último ataque, o presidente egípcio Abdel Fattah El-Sisi chamou o papa copta Teodoro II para oferecer suas condolências e liderou um minuto de silêncio em um fórum de jovens que estava participando.
Combate ao Estado Islâmico
Os coptas, uma minoria cristã que representa cerca de 10% dos 96 milhões de habitantes do Egito, foram alvo de frequentes ataques do EI nos últimos anos.
O Exército egípcio lançou uma grande ofensiva em fevereiro deste ano contra o Estado Islâmico na Península do Sinai, onde uma insurgência mortal foi travada desde a queda do presidente islâmico Mohamed Morsi em 2013, deixando centenas de soldados e policiais mortos.
A ofensiva militar, batizada de “Sinai 2018”, já matou mais de 450 militantes e 30 soldados, de acordo com uma estimativa do exército.
“Este último ataque mostra que a campanha anti-EI ainda não obteve sucesso no Egito, apesar dos esforços das autoridades para enfrentá-los em diferentes partes do país”, disse HA Hellyer, membro do Instituto de Serviços Unidos do Conselho Atlântico Real, em Londres.
Fonte: Guia-me
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