A primeira é assumir a vida cristã, correr riscos, rejeição e isolamento; a segunda é viver a fé em segredo, como se nada tivesse mudado
Há alguns dias, contamos o início da história de Noora*, uma cristã que se converteu depois de ter passado um tempo estudando nos Estados Unidos. Ela vive sua fé em segredo, com medo do marido ou de outros familiares descobrirem. Sem participar das reuniões muçulmanas, seus parentes começaram a perceber alguma diferença nela. Embora não pudesse dizer em alta voz, por dentro já admite não sentir a mesma emoção que antes durante as festas islâmicas. “Aproximei-me da luz e me tornei mais consciente da escuridão ao meu redor”, observou.
Sabendo das consequências de tomar certas decisões dentro de uma sociedade que não prioriza a opinião feminina, ela continua se comportando como muçulmana. Se for descoberta, terá que enfrentar sérias consequências, entre elas não se comunicar com estrangeiros, ser proibida de usar smartphone ou computador, viver em prisão domiciliar, mas o pior, segundo ela, seria perder o marido e os filhos. O “primeiro amor” começou a esfriar, sem poder ler a Bíblia ou participar de estudos, ela somente pode orar em silêncio. Há somente duas escolhas para os cristãos sauditas: a primeira é assumir a vida cristã, correr riscos, rejeição e isolamento; a segunda é viver a fé em segredo, como se nada tivesse mudado.
Mas viver de acordo com a segunda opção, é ter que ir à mesquita e falar com Jesus por lá mesmo, e evitar que o evangelho transforme também outras vidas ao redor. Noora escolheu viver assim, e não pode falar da salvação nem mesmo para os próprios filhos. Essa decisão já fez muitas pessoas fugir do país. “O maior desfio nessa região não é evangelizar, mas discipular os novos convertidos e encaminhá-los para comunidades cristãs seguras, e isso só é possível através do poder da oração”, disse um dos colaboradores.
*Nome alterado por motivos de segurança.
Fonte: https://www.portasabertas.org.br
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