Ele foi para o Congo trabalhar entre os pigmeus e relata em livro experiência

 

O ex-lutador de MMA Justin Wren era considerado uma “promessa”, mas não teve uma carreira de grande sucesso no UFC. Após participar da 10ª edição do reality show “The Ultimate Fighter”, o norte-americano foi contratado em 2010.

No octógono, teve apenas uma luta no evento – contra Jon Madsen – e acabou derrotado por pontos. Ao invés de persistir na busca pelos milhões e pela fama, o peso-pesado conta que sua vida mudou alguns meses antes, quando foi convidado para participar de um retiro cristão.

“Nunca quis ser cristão, odiava esse título, odiava as pessoas que se chamavam assim. Mas eu mudei quando conheci algumas pessoas que estavam vivendo essa vida, amando Deus e amando as pessoas, sem serem falsas”, conta o lutador que teve problemas com drogas e tendências suicidas durante anos.

Após ter entregue a vida para Jesus, Wren disse que os pensamentos ruins desapareceram e ele nunca mais usou drogas. “Os sonhos que tinha para meu futuro mudaram. Eu passei a querer muito mais que a fama do MMA. Queria servir a Deus onde eu pudesse. Comecei a ir pregar com um grupo nas prisões, compartilhando meu testemunho com quisesse ouvir”, relatou à Christianity Today.

Embora amasse o esporte, não sabia mais se queria lutar. Após um período de oração, ele conta que teve uma “visão”, onde estava em meio a uma floresta, numa aldeia cheia de crianças malnutridas e idosos doentes. “Chorei tanto que molhei de lágrimas a minha Bíblia. De repente, meus olhos foram atraídos para Isaias 58, versos 6 a 12. Aquela mensagem queimava como fogo em meu coração”.

Quando contou sobre isso a seu discipulador, Caleb, ouviu que ele estava indo dentro de poucas semanas para um trabalho missionário na República Democrática do Congo. Caleb explicou que a descrição da aldeia que Wren viu era muito parecida com o local onde eles iriam.

O agora ex-lutador aceitou o convite e, em agosto de 2011, embarcou com outros três missionários para levar o evangelho a uma tribo africana de pigmeus Mbuti. Eles são o grupo étnico que mais sofrem com a guerra civil que divide o país. Há inclusive relatos de canibalismo por parte de facções guerrilheiras que vivem nas florestas onde eles vivem.

Como tinha pouco experiência, Wren passou por um treinamento na Universidade Shalom, no Congo, onde aprendeu sobre a cultura dos pigmeus e fez um curso bíblico.

Ele morou no meio da selva, junto com os pigmeus. O missionário mudou-se para a aldeia, ficando em uma cabana feita com galhos e folhas de árvore, mas cumpriu ali seu propósito. A tribo muitas vezes fora vítima de estupros, assassinatos e canibalismo.

“Eles talvez sejam o grupo mais perseguido do planeta. Alguns grupos rebeldes pensam que se matarem um pigmeu e comerem sua pele, receberão poderes super-humanos para a guerra. Muitas pessoas não sabem nem que o canibalismo ainda existe”, relata Wren, que enfrentou a resistência de sua família. Sua mãe implorava para ele voltar para casa.

Ao mesmo tempo, encontrou uma nova família no meio da selva. Ele foi “adotado” e recebeu um novo nome: Eféosa Mbuti MangBO. Em tradução livre seria algo como “O homem que nos ama, o pigmeu grande”.

Cinco anos após ter abandonado o UFC, ele voltou para os EUA. Em 2016 lançou o livro “Fight for the Forgotten” [Lutando pelos esquecidos] e anunciou que voltará aos octógonos. Seu objetivo é arrecadar dinheiro para a missão que ele ajudou a fundar

“Estou lutando agora para cumprir o chamado de Deus em minha vida”, explica. Além de cuidados médicos, o trabalho missionário inclui cavar poços para que as aldeias de pigmeus possam ter água potável.

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