Cerca de 150 mil manifestantes muçulmanos extremistas se reuniram no exterior do palácio do governo em Jacarta, capital da Indonésia, na sexta-feira da semana passada, 4 de novembro, para exigir a renúncia do governador de Jacarta, acusando-o de ter insultado o Corão.

Basuki Tjahja Purnama, popularmente conhecido como Ahok, o governador de Jacarta, que é cristão, pretende se reeleger em fevereiro.

Ahok é o primeiro governador étnico do país. Ele é um membro da minoria cristã da Indonésia e uma herança chinesa no país. Apenas 1% da Indonésia confessa a fé cristã.

Ahok assumiu como governador de Jakarta em 2014, quando a cadeira foi desocupada por Joko Widodo, que foi eleito presidente do país. Mas os muçulmanos extremistas se opuseram à ascensão do novo governador.

Os manifestantes, liderados por um grupo chamado de ‘Frente dos Defensores Islâmicos’, exigiram que o governador Ahok fosse preso por blasfêmia contra o Corão. Eles seguravam cartazes e cantavam “Derrubem Ahok” e “Allahu Akbar” (“Alá é Grande”), relataram missionários da “Bíblias para o Oriente Médio” que atuam na Indonésia.

Embora a manifestação tenha sido em grande parte “pacífica”, a violência se seguiu quando a polícia entrou em confronto com manifestantes que desobedeceram as instruções e não se dispersaram após o anoitecer. A polícia usou gás lacrimogêneo e canhão de água na tentativa de controlar os militantes enfurecidos. Um homem morreu enquanto quatro civis e três policiais ficaram feridos como resultado do confronto.

Os oficiais de polícia calculam que este foi o segundo maior protesto contra Ahok em menos de um mês. Em outubro, outro protesto contra ele se aconteceu em frente à prefeitura.

Cerca de 18.000 soldados e policiais, alguns equipados com rifles, estavam em patrulha, protegendo as entradas dos shopping centers em Jacarta durante a manifestação.

A Indonésia é o maior país muçulmano do mundo, (já que a Índia é a segunda maior nação de população muçulmana e o Paquistão ocupa a terceira posição).

“Ahok não é muçulmano, mas ele humilhou o Corão”, disseram os manifestantes no último protesto.

Muitos dos manifestantes usavam mantos brancos e chapéus tipicamente muçulmanos e se reuniram na mesquita central de Istiqlal, a maior mesquita do país, antes de começarem a se marchar em dieração ao palácio do governo.

Houve protestos menores contra Ahok em outras cidades da Indonésia, como Surabaya, Makassar e Medan.

Os muçulmanos de linha dura se opuseram a sua ascensão de Ahok ao poder. Ele vai competir pela reeleição contra dois muçulmanos – Agus Harimurti Yudhoyono, filho do ex-presidente Susilo Bambang Yudhoyono, e um ex-ministro da Educação, Anies Baswedan.

O governador construiu a reputação de ser um reformador, que está determinado a limpar as ruas de Jacarta e combater a corrupção no governo. Essas características o tornaram muito popular e deram-lhe uma vantagem nas eleições do próximo ano. No entanto, os radicais islâmicos se opõem a Ahok e não querem que ele ocupe um cargo de governo por causa de sua fé em Jesus Cristo.

Os chineses étnicos representam pouco mais de 1% das 250 milhões de pessoas da Indonésia e eles normalmente não têm espaço na política do país.

A Indonésia sofreu com uma série de ataques liderados por militantes islâmicos no início da última década. No incidente mais grave, 202 pessoas foram mortas no atentado a uma boate na ilha de Bali, em 2002.

Um ataque em Jacarta no início deste ano, liderado por partidários do Estado Islâmico levantou temores de uma nova onda de militância violenta no país.

Noticiando a situação preocupante e ameaçadora, vivida pelo governador de Jacarta, a organização cristã “Bibles For Middle Est” (“Bíblias para o Oriente Médio”), pediu orações pela vida Ahok.

“Ore pelo governador Ahok e pela família, assim como pelos cristãos na Indonésia. Ore também pelos ministérios da “Bíblias para o Oriente Médio”, seus missionários e os novos convertidos naquele país”, disse a organização em comunicado.

FONTE: GUIAME, COM INFORMAÇÕES DA BÍBLIAS PARA O ORIENTE MÉDIO

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