Por nove vezes Shannon Palmer tentou cometer suicídio. “Eles ficaram surpresos em ver que eu sobrevivi”, Disse ela.
Shannon buscou no Google, qual seria a dose certa e o tipo de droga que precisaria tomar para acabar tirar sua própria.
Shannon vinha de uma família rica, mas foi duramente atingida pelo abandono de seu pai quando tinha sete anos e acabou se tornando uma dependente química.
A mãe dela escorregou em um pedaço de gelo na garagem de casa e feriu seriamente suas costas. A resultante do acidente levou a mãe solteira e seus dois filhos à igreja, em busca de um milagre.
“Eu fiquei com raiva de Deus por um longo tempo”, disse Shannon. “Eu sentia como se tivesse de ser salva todos os dias para ser perdoada. Para mim, Deus não era real, até três anos atrás”.
Sua mãe trabalhava em três empregos, até que ela conheceu e se casou com um homem que assumiu Shannon e seus irmãos e deu a eles a sua primeira festa de Natal. Seu irmão ganhou o sobrenome do padastro, mas Shannon não quis, para o desgosto da família. Ela queria estar com seu pai biológico. Anos mais tarde, ela finalmente tentou pela última vez desenvolver uma relação com seu pai.
“Eu ainda esperava ter o amor do meu pai, embora ele nunca tivesse estado presente”, disse Shannon.
Ela desenvolveu transtorno obsessivo-compulsivo. Até ser diagnosticada, Shannon não entendia muito sobre seu comportamento.
“Minha família ficou tão frustrada comigo. Eles disseram que sentiam como se estivessem pisando em cascas de ovos à minha volta”, contou.
Em seu primeiro ano do ensino médio, ela direcionou seu comportamento obsessivo-compulsivo para os esportes. Acordava às 5h30 da manhã para treinar algumas horas antes da ir para escola.
Já na escola, ela se dedicou à natação, voleibol, basquete, cross-country e luta livre – qualquer esporte que estivesse na moda. Quando ela chegava em casa, ligava vídeos de treinos e continua a fazer flexões.
Em seguida, ela desenvolveu um distúrbio alimentar: a anorexia.
“A sensação de fome era uma questão de controle”, disse ela. “Eu sentia como se, pela primeira vez eu pudesse controlar algo na minha vida. Era um grande poder conseguir dizer ‘não’ para as dores da fome, quando eu estava faminta”.
Aos 17 anos de idade, Shannon tentou suicídio pela primeira vez. Ela se culpava pela dor de sua mãe. Ela se sentia pressionada injustamente por uma família que se irritava com seus distúrbios psicológicos. Após uma discussão com seus parentes, ela enfiou muitas pílulas em sua boca e as engoliu na frente de todos. Eles correram para o hospital mais próximo e depois ela foi internada em um hospital psiquiátrico.
“Foi aí que eles passaram a me submeter a medicação”, disse ela.
Os medicamentos psiquiátricos a deixavam com fome e sono. Ela desistiu dos esportes ficou depressiva. Em poucos anos, a garota que sofria de anorexia passou a pesar 120 Kg.
Ela se mudou para Juneau, no Alasca, para ficar longe do drama familiar. Ela amava as baleias, e seu contato com elas pareceu ser uma boa terapia. Ela trabalhou em um barco de observação de baleias e em um hospital vetinarinário. Ela tentou estudar, mas os ataques de ansiedade e alterações de humor interromperam a carreira universitária.
Ela progrediu em seu trabalho, ajudando os animais, mas se sentia-se compelida a mudar toda vez que se decepcionava.
“Os sentimentos nojentos sempre vinham e me deixavam muito mal”, disse ela. “Você sempre sente que precisa mudar as coisas para voltar a se sentir bem”.
Em Juneau ela recebeu um acompanhamento psiquiátrico e foi internada na UTI, depois de tomar um pote inteiro de Tylenol ‘extra forte’ e os médicos pensaram que ela não iria sobreviver. Quando ela acordou, a enfermeira disse que ela teve insuficiência hepática. Mas Deus a curou.
“Orei a Jesus, pedindo: ‘Por favor, me leve. Eu quero estar com você’. Eu só queria que tudo acabasse”, disse ela.
Em seguida, Shannon mudou-se para Bellingham, Washington, para realizar o seu sonho de se tornar uma veterinária. Mas então ela começou a praticar a auto-mutilação. Ela se isolou do mundo, dormia 14 horas por dia e trabalhava para um consultório veterinário. Posteriormente, ela recebeu seu certificado técnico para cuidar de animais.
Desesperada, ela voltou a buscar ajuda na igreja, mas relatou que a experiência não foi positiva.
“Quando eu fui para os pequenos grupos da igreja, eles se assustaram”, disse ela. “Eles me disseram: ‘Lamentamos. Nós não nos sentimos confortáveis com você aqui. Você vai ter que ir para outro lugar”.
Em 2011, ela se mudou para a Califórnia quando sua mãe foi diagnosticada com câncer de mama.
Sofrendo de depressão grave, Shannon se submeteu 21 vezes à terapia de choque elétrico. Não adiantou. A raiva sempre emergia e sua válvula de escape era cortar o próprio corpo ou tentar suicídio.
Um dia, ela estava sob a influência de outra superdosagem, Shannon perdeu o controle de seu carro, que colidiu contra um poste. Seu tanque de gasolina furou e o combustível começou a jorrar para todos os lados. Felizmente, estava chovendo, o que ajudou a evitar uma possível explosão de seu veículo.
Após sua conversão ao Evangelho e seu envolvimento com a igreja, Shannon Palmer se dedicou ao trabalho missionário na Guatemala, com médicos cristãos. (Foto: God Reports)
Shannon acredita que Deus salvou a vida dela naquela noite. Ela foi levada um hospital psiquiátrico, onde as enfermeiras a seguravam para conseguir injetar uma medicação em sua veia. Ela ficou um mês internada.
Em 2014, uma grande transformação aconteceu na vida de Shannon. Durante um culto de Páscoa, o pastor encorajou as pessoas a escreverem o seu pior pecado em um papel e ir à a frente, para pregá-lo em uma cruz de madeira. Shannon estava naquela igreja e escreveu “tentativa de suicídio” no papel.
“Depois daquilo, eu fiquei tão emocionada. Me lembro de ter chorado muito. No caminho para casa, eu estava agradecendo a Deus por ter enviado Jesus. Ele nos amou tanto que nos perdoou”, disse ela.
“Foi a primeira vez que eu disse a Ele que eu O amava. Mesmo que eu já tivesse ido à igreja antes, nas outras vezes eu estava sempre zangada com Ele. Mas naquele dia foi a grande mudança da minha vida. Eu finalmente percebi que eu era Shannon. Antes que eu fosse uma paciente diagnosticada com ‘bipolaridade’. Eu me tornei feliz e não alguém conhecida conhecido por estar deprimida”, contou.
Por meio do aconselhamento de líderes cristãos e pela graça de Deus, Shannon se livrou do estigma dos distúrbios psíquicos. Ela percebeu que ter um distúrbio é uma doença, mas não define sua identidade.
“Eu não tenho mais vergonha”, disse ela. “Agora eu nem sequer tenho o desejo de me cortar ou tomar aquelas pílulas”.
Shannon se envolveu na igreja, e passou a integrar projetos sociais que dão apoio a desabrigados. A luz se acendeu em sua vida. Ela estava sentindo o Espírito Santo cada vez mais forte.
Quando ela compartilhou seu testemunho na Igreja ‘Mountain View’, em San Juan Capistrano, algumas meninas se aproximaram dela e compartilharam seus segredos mais obscuros. Depois de ouví-las Shannon as encorajou a se manterem firmes em Cristo.
Recentemente, Shannon foi para sua primeira viagem missionária, organizada pela escola bilíngüe ‘Porta da Guatemala’. Ela estava alegre e sentindo-se útil por ajudar na clínica na cidade de Coban, com a Missão ‘Lighthouse Medical’. Ela não tinha compartilhado seu testemunho com seus companheiros de equipe e ninguém teria percebido seu passado sombrio. Mas quando ela lhes contou sobre sua história, os outros voluntários a abraçaram e expressaram seu apoio.
Shannon pedeu cerca de 65 quilos em um ano. E agora faz uso de dois medicamentos para normalizar o desequilíbrio químico em seu organismo. As coisas estão melhorando. Ela ainda chora quando conta seu testemunho. Já percorreu um longo caminho para se livrar do mundo obscuro do desespero e da depressão.
Agora, pela primeira vez em sua vida, ela está pensando em se casar.
“Eu nunca quis o amor de um homem antes”, disse ela. “Por causa do que meu pai fez comigo, eu passei a achar que eles [homens] sempre me iriam me abandonar. Eu sempre feri os homens antes que eles pudessem me machucar. Mas agora, vendo o meu padrasto firmemente comprometido com a minha mãe e vendo os homens de Deus na igreja, eu acho que eu quero me casar”.
FONTE: GUIAME, COM INFORMAÇÕES DO GOD REPORTS
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