Morte do missionário levantou debate sobre evangelização de tribos na Índia

O mandamento de Jesus em levar o evangelho “a toda a criatura” ainda não foi cumprido pela igreja, mesmo após dois milênios. Existem vários povos que não conhecem esta mensagem. A morte do missionário John Allen Chau, de 26 anos, repercutiu mundialmente.

Ele tentou entrar com uma Bíblia em uma tribo isolada que vivem na Ilha Sentinela do Norte, na costa da Índia. Os indígenas o mataram a flechadas. Em seu diário, Chau dizia acreditar que seria um “instrumento de Deus” para alcançar “a última fortaleza de Satanás, onde ninguém teve a chance de ouvir” o nome de Jesus.

Apesar das críticas, vindas inclusive de evangélicos, sobre essa tentativa malsucedida de contato, o tema acabou ganhando destaque na mídia.

Um documentário produzido pela National Geographic mostrou o impacto que o contato com a mensagem do cristianismo teve sobre os konyak, tribo guerreira famosa pela prática de caçar cabeças humanas.

Eles vivem nas montanhas de Nagaland, nordeste da Índia. Durante séculos os guerreiros da etnia decapitavam os seus inimigos, habitantes de aldeias vizinhas, e colecionava os crânios como troféu em suas casas. Tudo mudou na década de 1960, quando missionários batistas chegaram à região.

A maioria dos ex-caçadores tem, hoje, mais de 75 anos. O mais velho é Chinkhum, 83 anos. “Fui o último homem a cortar uma cabeça inimiga e a trazê-la para casa”, conta o homem, hoje convertido.

Pela tradição, as tatuagens no rosto eram a “prova” de suas vitórias contra as tribos inimigas, juntamente com o “colar de crânios”, cujas contas correspondem ao número de cabeças decapitadas.

Os konyaks eram animistas e adoravam os elementos da natureza até a chegada dos primeiros missionários. Com a Bíblia disponível em sua língua e tendo entendido que o desejo de Deus para eles era a paz e não a guerra, pouco a pouco os caçadores foram mudando de vida. Abandonaram de vez a prática de caçar cabeças.

Igreja Batista em Nagaland
Igreja Batista em Nagaland. (Foto: Reprodução / Pinterest)

Wantin Kano, o pastor de uma das aldeias kanyak, conta que no princípio seus antepassados não aceitaram a nova ‘religião’. Depois, acabaram entendendo que seu estilo de vida precisava mudar. Hoje em dia, mais de 90% dos habitantes de Nagaland se declaram cristãos. A maioria das cidades e vilarejos do Estado tem pelo menos uma igreja. Em Longwa, a igreja fica em uma vasta campina sobre o morro, bem abaixo da casa do cacique.

Hongo Konyak, um dos anciãos da tribo, enfatiza que o cristianismo não eliminou sua cultura ancestral. “Tínhamos coisas boas em nossas tradições. Elas continuam aqui, mas as coisas ruins, nós deixamos para trás”, assegura.

Assista reportagem do NatGeo (em inglês)!

Fonte: https://noticias.gospelprime.com.br

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