Jarbas Aragão

 

“É melhor ficar em paz e esperar por Deus”, escreveu o pastor conhecido na China como Yang Hua, em uma carta divulgada pela esposa dele. O líder cristão foi preso há mais de seis meses, juntamente com quatro outros membros da Huoshi, a maior igreja subterrânea da província de Guiyang.

“Deus é onisciente. Acredito que ele nunca comete erros”, disse o pastor na correspondência que a Missão China Aid divulgou na internet como um exemplo de fé. As autoridades prenderam Yang em janeiro, com acusações de “traição”, dentro da campanha constante que vem fazendo contra os cristãos.

Ele tentou acalmar a esposa, afirmando que a forte dor nas costas que vinha sentindo desapareceu. Atribuiu isso a uma cura divina, já que não tem acesso a tratamento médico na penitenciária de Nanming, onde está encarcerado. O material cita Isaías 30:15, que diz: “No arrependimento e no descanso está a salvação de vocês, na quietude e na confiança está o seu vigor”.

Além de aconselhar sua esposa no cuidado com seus filhos, também deu a ela algumas dicas financeiras. “Nunca pare de orar”, foi sua mensagem a ela e que devia ser passada à igreja.

Parafraseando Paulo (em 1Ts 5:18), complementou: “Seja grata, porque essa é a vontade de Deus em Jesus Cristo”. A situação do pastor Yang é comparável a do iraniano Saed Abedini, que passou mais de 3 anos preso e ocasionalmente enviava mensagens para a igreja.

O advogado Chen Jiangang relata que conseguiu ter apenas uma conversa com seu cliente. Ele está denunciado que Yang foi torturado, na tentativa de fazê-lo assinar uma confissão de seus “crimes contra o estado”, mas ele se negou.

Entre os procuradores que o questionaram estava um chamado Ke Jun, que fez sérias ameaças ao pastor Hua, acusando-o de espionagem.

“Ninguém aqui gosta de você. Você sabe por que os porcos da fazenda atrás deste edifício estão gordos? Nós podemos transformá-lo em alimento para porcos, que é uma maneira rápida de morrer. A outra maneira é levá-lo para um lugar isolado e ninguém vai descobrir como você morreu. Nós podemos fazê-lo experimentar algo pior do que a morte. Em seguida, desaparecer com o seu corpo…  Posso trazer uns três ou quatro caras aqui para violentá-lo e torturá-lo todas as noites”.

A mulher e os filhos de Yang também foram ameaçados. Mesmo assim, ele avisou que não irá admitir um crime que não cometeu.

A China Aid, missão dirigida por evangélicos que luta pelos direitos humanos e denuncia a perseguição religiosa na China, está acompanhado o caso. Além de orações, pede que as pessoas usem a hashtag #FreeYangHua em suas redes sociais, para chamar atenção ao caso dele.

Também solicita que assinem uma petição online (aqui), que será encaminhada à embaixada da China nos EUA. Mais de 55 mil pessoas já assinaram, sendo que o alvo é 100 mil.

Fonte: noticias.gospelprime.com.br Com informações de Christian Times

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